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Familiares de encarcerados fazem protesto nacional pela visita presencial

Familiares  de encarcerados  fazem protesto  nacional  pela visita  presencial

‘Duas horas é pouco para tanta saudade’: voltam as visitas a presos em SP

 Depois de oito meses, familiares encontraram seus parentes nos presídios de SP neste fim de semana; especialista aponta que visita é fundamental para identificar violações de direitos

Depois de oito longos meses, familiares puderam visitar seus parentes presos no estado de São Paulo neste fim de semana (7 e 8/11). A retomada das visitas ainda não é completa e o horário da visita foi reduzido para duas horas.

Para evitar o contágio do coronavírus, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) listou algumas regras para garantir uma visita segura: não ir de mochilas, bolsas ou levar comida para o preso e sem contato físico. No próximo fim de semana, 14 e 15 de novembro, outros raios nas unidades receberão visitas.

Em entrevista à Ponte, a esposa de um dos detentos do Centro de Detenção Provisória de Osasco II, que entrou no primeiro horário, contou como foi rever o marido depois de tanto tempo. “A visita foi boa. Tudo o que a SAP anunciou foi cumprido: foi medida a temperatura, passado o álcool em gel, medida a saturação”.

“Já tinha cinco meses que eu não via o meu marido, duas horas é pouco para tanta saudade. A única coisa ruim é não poder levar a alimentação. Com a visita a gente consegue confortar, dar força para eles”, completou.

Essa também foi a sensação de outra familiar que visitou no mesmo presídio no segundo horário do dia. “Todas fomos bem tratadas. Foi muito bom e importante também, pois não tem coisa melhor do que o ver pessoalmente e saber da boca dele que está tudo tranquilo. A visita é muito importante, eles precisam do apoio da família para sair dessa vida”.

A ativista Mayara Marinho, 26 anos, estudante de direito e pesquisadora do sistema prisional, dona do canal de YouTube Vozes do Cárcere, aponta que a pandemia do coronavírus foi uma “bela desculpa” para o governo barrar as visitas.

“Desde que esse governo atual [João Doria, do PSDB] era apenas um plano, a proposta sempre foi essa: acabar com a visitação em presídios e as saídas temporárias. Com isto, foram empurrando até onde deu”, critica. “Tenho plena certeza que se não houvessem advogados ativistas e todo o esforço das meninas que visitam esse direito não voltaria”.

Para Marinho, não poder levar o jumbo, itens essenciais de alimentação e materiais de higiene, é um problema. “Esses materiais são levados pela família porque os presos não têm acesso a eles lá dentro. O governo deveria, então, arcar com tudo pra eles, mas não arca”.

Ela também pontua a importância da visita para identificar eventuais violações de direitos. “Quando eu visitava voluntariamente a unidade feminina do Butantã, flagrava muitos abusos. O descaso era total, tantos casos de abandono jurídico quanto afetivo. Fora as mazelas que o próprio sistema oferecia”.

“A visitação serve para você ver como seu familiar está. Não tem como denunciar ou ver se a pessoa está bem por carta, já que sabemos que existe censura e que o sistema jamais vai deixar passar uma carta falando que o preso foi torturado”, completa.

A reportagem procurou a SAP para confirmar como foram as visitas e aguarda retorno.

Fonte: ponte.org

No Brasil, 3 a cada 4 presos seguem sem receber visitas presenciais de seus familiares 

Levantamento da Ponte mostra que 9 das 27 unidades federativas já retomaram as visitas e há crescimento nas denúncias de maus-tratos; em SP, policiais presos receberam parentes em toda a pandemia

O Brasil tem 562.652 pessoas isoladas sem nenhuma chance de furar a quarentena imposta pelo coronavírus. Isso porque elas estão em presídios e fazem parte dos 75% dos presos sem receber visitas de familiares. Enquanto isso, há policiais presos recebendo seus familiares.

O dado é fruto de um levantamento feito pela Ponte junto aos estados e comparado à população carcerária disponibilizada pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Segundo o órgão, 110 pessoas morreram vítimas de Covid-19 nas cadeias brasileiras.

Leia também: Das prisões, filhos escrevem às mães: “socorro”

Somente oito das 27 unidades federativas voltaram com as visitas: Amazonas, Maranhão, Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte, Acre, Espírito Santo, Pará e Minas Gerais. São 195.088 pessoas, o equivalente a 25,8% dos 757.740 presos em todo o Brasil.

O estado que reabriu as cadeias mais recentemente foi Minas Gerais, com as famílias protestando. Reclamaram de maus-tratos na unidade Nelson Hungria, em Contagem. Houve um princípio de motim, mas o governo local garante ter controlado a situação antes que os presos fizessem uma rebelião.

Rondônia, Piauí e Rio Grande do Norte (59.041, 7,78% do total) abrirão as cadeias até 3 de outubro.

A maior parcela da população carcerária não faz a menor ideia de quando voltará a ver um familiar no presídio, pois 15 governos não definiram um prazo para a retomada ou não responderam a reportagem.

A opção, em alguns casos, segue sendo as visitas online. Há reclamações, como em São Paulo, e casos de aproximação das famílias, como no Maranhão, conforme noticiado pela Ponte.

Parte dos departamentos penitenciários consultados explicou que estuda como retomar sem gerar prejuízos para a saúde: Alagoas, Mato Grosso do Sul, Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Goiás, total de 340.949 pessoas ou 45% dos presos no país.

Em Alagoas, um dos estados sem visitas, cinco presos agonizaram no chão com falta de ar mais cedo neste mês. A denúncia foi possível graças a vídeo compartilhado pela Agenda Nacional Pelo Desencarceramento, que mostra a situação no presídio Cydirião Durval, em Maceió.

Outra parcela significativa dos aprisionados, com 161.989 pessoas (21,38%), não sabe sobre a abertura das visitas pois os governos deixaram de responder a Ponte. Omitiram informações Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco, Tocantins, Roraima, Paraíba, Sergipe e Distrito Federal.

Ainda há 673 pessoas (0,08%) em unidades federais, também sem vislumbrar a presença de seus parentes.

Impactos do isolamento

Mesmo com a abertura, há locais em que unidades do interior seguem fechadas. Abriu-se apenas na capital. Irmã Petra, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária, critica a proibição e traz essa separação de capital e interior.

“Em situação normal falta remédio, água, alimentação. Imagina agora com as restrições, que os familiares não podem levar coisas?”, questiona, sobre a entrada do jumbo (sacola com comida, medicamentos, itens de higiene e roupas) enviado aos parentes somente pelos Correios para evitar contaminação.

Petra considera vários fatores negativos sem a presença dos parentes dentro dos presídios. “Se uma pessoa presa não tem família, é um abandono. Fica mais difícil de retornar para a vida em comunidade”, diz.

A abertura precisa de um planejamento para evitar o contágio, como alerta Thiago Cury, defensor público de São Paulo.

Ele visitou presídios durante a pandemia para verificar as condições de saúde dos presos e identificou a contaminação de 700 pessoas em um único presídio de Sorocaba, em São Paulo.

“Tudo está retomando, reabrindo, mesmo shoppings. Uma situação de suma importância, as visitas, seria o mínimo voltar até para evitar eventuais tensões no sistema”, diz.

Denúncias aumentaram

Mesmo sem as famílias dentro das unidades, as denúncias de abusos feitas à Pastoral de forma online quase dobraram na pandemia.

Entre março de setembro, a entidade recebeu 86 denúncias de supostas violações, sendo que no mesmo período de 2019 recebera 45. O aumento é de 91%.

Gustavo Magnata, perito do Mecanismo Nacional de Combate e Prevenção à Tortura, considera as denúncias outro ponto importante para a volta das visitas.

“Temos a perspectiva de que a tortura é um crime de oportunidade. Quanto mais restringir, mais difícil de ser executada”, explica, defendendo a abertura das visitas.

Magnata cita que nenhum canal de denúncia de violações foi criado ou ampliado durante a pandemia, com os presos incomunicáveis.

A falta de informações é um ingrediente para gerar insegurança. “Imagina as pessoas que durante seis meses não têm nenhuma informação do que está acontecendo lá dentro?”, questiona, sobre os parentes.

Cury explica que as visitas são a forma de fazer esse controle. “O que vem de informação é pelas visitas. Sem isso, violações acabam acontecendo sem que fiquemos sabendo delas”, afirma.

Policiais privilegiados

Enquanto 84% dos presos do Brasil seguem sem se comunicar presencialmente com seus familiares há seis meses, um grupo é privilegiado: os policiais presos em São Paulo.

No estado, os presos do Presídio Militar Romão Gomes seguiram recebendo seus parentes durante o isolamento forçado pelo coronavírus. A unidade é gerenciada pela Secretaria de Segurança Pública, diferentemente das prisões comuns, que são de responsabilidade da Secretaria de Administração Penitenciária.

Há uma determinação da Justiça paulista que proíbe a visita aos presos. No entanto, a decisão é da Justiça comum e não vale para os policiais.

Integrantes do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo confirmam que o argumento é de que os policiais respondem à Justiça Militar e, por isso, podem seguir vendo os familiares.

Depen bate cabeça

Responsável pelo controle dos presídios no Brasil, o Departamento Penitenciário Nacional apresenta números diferentes sobre o total de presos.

Segundo a plataforma criada para informar números do coronavírus, há 748.009 pessoas presas em todo do país. No entanto, quando se soma o número de detentos apresentado por cada estado o número sobe para 757.740, faltando cerca de 10 mil pessoas no que é considerado a soma total.

A ferramenta para controlar a Covid-19 é alimentada pelas secretarias estaduais que cuidam dos presídios.

Ao todo, 26.038 pessoas estão ou estiveram com a doença, outras 4.749 têm ou tiveram a suspeita de contaminação. Desse total, morreram até a noite desta terça-feira (29/9) 110 presos vítimas do coronavírus, enquanto 23.025 já se recuperaram.

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Familiares de presos denunciam intimidação de agentes prisionais em protesto

Ato cobrava resposta sobre a situação dos presos no Ceará, onde foram registradas 3 mortes e 489 confirmações da Covid-19, e precisou mudar de local

Durante o ato, familiares se sentaram como os presos ficam dentro da prisão | Foto: Arquivo Ponte

Pela segunda vez durante a pandemia, familiares de presos do sistema prisional do Ceará se reuniram para reivindicar melhores condições para os detentos. O ato desta quarta-feira (15/7) deveria acontecer em frente à Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará, no bairro Meireles, em Fortaleza, mas precisou ser alterado para orla da praia Espigão da João Cordeiro, na Praia de Iracema.

Isso aconteceu porque, antes mesmo de começar, policiais penais (agentes penitenciários que, desde dezembro de 2019, são assim chamados após emenda constitucional) intimidaram as manifestantes, segundo a organização do protesto.

As familiares alegam que, após cinco meses da suspensão necessária das visitas e entrega de malotes, o cenário atual é de adoecimento das famílias por não terem notícias detalhadas da situação de seus filhos e maridos por parte Estado.

As famílias pedem por acesso às informações, retorno da entrega de malotes, remédios e vitaminas, retorno da visita social aos internos e internas de todas as unidades prisionais, fiscalização em todas as unidades e respeito aos familiares das pessoas encarceradas.

Segundo o sistema de monitoramento do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, os presídios do Ceará têm 489 casos de contaminação do coronavírus, 335 recuperados e 3 óbitos. Os dados são do dia 10/7, data em que o Depen fez a última atualização.

O primeiro ato, realizado há um mês, exigia a divulgação de um boletim epidemiológico, as entregas dos insumos de higiene e medicamentos. Ele aconteceu na frente da SAP-CE, no bairro Meireles, em Fortaleza. Na ocasião, as familiares foram acompanhadas por um advogado que tentou abrir um diálogo com o secretário Luís Mauro Albuquerque Araújo. Mas, além informar que não receberia as mulheres, acionou a Cotam (Comando Tático Motorizado), da PM, para dispersá-las, “com homens armados com todos os aparatos de guerra”, destacou uma das manifestantes.

Nessa segunda tentativa, também na frente da SAP, o ato nem sequer começou e agentes penitenciários já dispersaram as familiares de forma truculenta. Uma mãe ouvida pela Ponte, ligada ao movimento Vozes de Mães e Familiares do Socioeducativo e Prisional do Ceará, que pediu para não ser identificada por temer represálias, contou que elas tomaram todos os cuidados necessários para o ato: distanciamento social, máscaras e o mínimo de crianças possível, já que muitas mulheres não podiam deixar os filhos em casa.

A motivação foram os inúmeros relatos colhidos pelas familiares de pessoas que foram selecionadas para cumprir prisão domiciliar, que, ao sair das unidades, relataram a falta dos insumos de saúde e de higiene. Além disso, existe grande dificuldade de se comunicar com os parentes presos, já que as cartas não estão chegando e o canal aberto pelo governo cearense, por telefone, não está funcionando.

“Essa gestão [da SAP-CE] trabalha com base no punitivismo. Punir, punir e punir, na metodologia e na prática. E isso tem um respaldo muito grande do governador [Camilo Santana, do PT-CE] como do Judiciário”, aponta a familiar. “Eles nos abordaram com muita ignorância, nos mandando sair. Fomos avisando umas às outras que não iríamos ficar ali, que o ato aconteceria na orla”.

Quando o primeiro grupo chegou à orla da praia, receberam informações de que outras mulheres, que não tiveram acesso à mudança do lugar, foram colocadas contra a parede pela polícia e abordadas de maneira truculenta. “É sempre assim que eles se comportam diante dos familiares, com a marginalização das famílias do cárcere, por parte da SAP e do judiciário”, lamenta.

“Para eles, nós temos envolvimento com as facções criminosas, mas somos mulheres de periferia, trabalhadores, estudantes. A gente sabe que precisamos lutar e ser a voz dos nossos familiares”, completa.

Apoie a construção da Ponte!

As violações de direitos em presídios cearenses são anteriores à pandemia do coronavírus. Conforme a Ponte tem mostrado desde janeiro de 2019, o sistema prisional do estado do Ceará é superlotado e convive com recorrentes denúncias de maus tratos e torturas. Em novembro do ano passado, entidades brasileiras denunciaram a situação à ONU.

Outro lado

A Ponte questionou a assessoria da Secretaria da Administração Penitenciária sobre as informações citadas na reportagem e a repressão ao ato.

Em relação às reivindicações feitas pelos familiares, a SAP informou “que as visitas sociais e a entrega de malotes seguem suspensas no sistema penitenciário cearense para evitar aglomeração. A medida é orientada pelas autoridades médicas e visa proteger a saúde dos mais de 22 mil internos e quase 5 mil colaboradores no período atual da pandemia”.

Ainda sobre o assunto, a SP afirmou “mantém a entrega sistemática de kits de higiene para os internos das 30 unidades prisionais e que já estabeleceu quase 10 mil interações entre familiares e detentos através de cartas. A Secretaria também comunica que distribuição e dosagem de remédios são realizadas, de maneira criteriosa, pelos profissionais do Núcleo de Saúde e que esse procedimento ocorre de maneira rotineira e profissional”.

Em relação à repressão durante o ato, a SAP nega que houve qualquer tipo de incidente. “Assim como qualquer outro prédio institucional da segurança pública, mantém policiais vigilantes em defesa do patrimônio público e das pessoas que ali trabalham”, finalizou a pasta em nota.

 

Familiares de encarcerados pedem volta das visitas presenciais 

Protesto pede visitas a internos do sistema prisionalManifestantes se reuniram na manhã desta terça-feira (7/7), em frente ao Palácio do Buriti, para reivindicar a volta das visitas presenciais em presídios do Distrito Federal. O movimento Juntas Somos Mais Fortes reúne familiares de presos que estão tanto em regime fechado quanto em semi-aberto. 

Segundo Aline Macedo, 31 anos, uma das organizadoras do ato, a manifestação é uma tentativa de chamar a atenção do governador Ibaneis Rocha (MDB) para a pauta. Ela afirma que o grupo buscou ajuda do Ministério Público, mas não obteve respostas significativas. "Esses órgãos, geralmente, negociam coisas pequenas. Nós queremos, principalmente, a volta das visitas. Já que está abrindo comércio, devem abrir a visitação", diz.
Os manifestantes afirmam que os sistemas virtuais adotados como alternativa para comunicação pelos presídios não funcionam. Além disso, reclamam da falta de privacidade. "As vídeo-conferências são feitas com agentes ao lado do preso, e o tempo, de 3 minutos, é muito pouco. O que eu consigo falar para o meu familiar em 3 minutos?", indaga Aline.
Os manifestantes também afirmam que tentaram enviar mensagens pelo número disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública, mas não obtiveram resposta. Aline ressalta que a volta do presencial, não necessariamente, implica em perigo para os presos. "Queremos a volta com segurança, com todas as medidas de prevenção para evitar a disseminação do coronavírus."
Manifestantes se reúnem em frente ao Palácio do Buriti
Neide Padilha, 54 anos, aposentada, está com o filho preso há 12 anos. Ela afirma que ele foi contaminado pela covid-19 e ela só ficou sabendo quando ele saiu do isolamento de dentro do presídio. "Aqui tem mães doentes por preocupação com os filhos. Precisamos que o governo faça algo para dar segurança para vermos os nossos familiares. Meu filho foi contaminado e mesmo com ele doente, eu não tive nenhum contato, nenhuma noticia", afirma.
Os manifestantes foram atendidos pelo assessor especial do governador, Franklin Roosevelt, que recebeu a pauta e disse que vai enviar para a secretaria do governador do DF e tentar um atendimento. "Serão atendidas por alguma secretaria ou pelo próprio governador, ainda estou organizando."
Claudiane Oliveira, 30 anos, não vê o marido desde 5 de março. No presídio, ele foi contaminado pelo novo coronavírus e mesmo assim ela não conseguiu se comunicar com ele. "O advogado que avisou. Não consegui falar com ele pra saber se ele tava bem. O sistema virtual não funciona, não temos resposta", alega.

Sistema on-line

Por decisão da Justiça, as visitas a presídios estão suspensas desde 11 de março, até 20 de julho. A juíza titular da Vara de Execuções Penais (VEP), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Leila Cury, prorrogou a suspensão, considerando "altamente temerário submeter as pessoas privadas de liberdade ao contato com a sociedade extramuros, onde a quantidade de contaminação e de óbitos pela doença provocada pelo vírus covid-19 já ultrapassou muitíssimo aquelas ocorridas dentro dos presídios", como afirmou na decisão.

Familiares de presos protestam pela retomada das visitas e denunciam tortura

Manifestantes se reuniram na tarde desta quinta-feira no Centro da capital mineira. Grupo pede pela elaboração urgente de um plano e um cronograma de retomada das visitas sociais no sistema prisional mineiro

Manifestantes sobrem Rua Guajajaras, no Centro da capital mineira (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Familiares e amigos de pessoas internas no sistema prisional foram às ruas, na tarde desta quarta-feira, para manifestar repúdio à suspensão das visitas sociais no sistema penitenciário mineiro e reivindicar a elaboração  de um plano para a retomada das visitas. Grupo se reuniu no Centro da capital mineira e levou cartazes para chamar a atenção para as principais pautas. 

O protesto foi organizado pela Associação de Amigos e Familiares de Pessoas Privadas Liberdade de Minas Gerais e a Frente Estadual pelo Desencarceramento de Minas Gerais. 

De acordo com os familiares, as visitas sociais no sistema prisional mineiro estão suspensas desde 21 de março de 2020. O governo de Minas alega que a suspensão das visitas tem como fim a preservação de vidas no sistema prisional diante do risco de contaminação no sistema pelo coronavírus.

Entretanto, os familiares estão preocupados com a vida e saúde dos presos. "O Estado vêm atuando de modo contrário ao seu próprio discurso", sustenta a convocação para o protesto.

"A suspensão das visitas não está protegendo as pessoas privadas de liberdade da contaminação. Apesar da falta de transparência, a subnotificação e as informações dispersas, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que foram notificados 44 surtos da doença no sistema prisional mineiro até a data do dia 21/07 e seis apenados já morreram vítimas da doença", afirma o documento formulado pelas duas entidades.

Protesto foi acompanhado pela Polícia Militar (PM) na tarde desta quarta-feira (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Familiares também denunciam tortura no sistema prisional mineiro depois da suspensão das visitas sociais. "O número de denúncias na Plataforma Desencarcera3 quase triplicou desde março e o WhatsApp do Desencarcera - serviço de assistência jurídica a apenados e familiares - recebe diariamente dezenas de denúncias de tortura e violações de direitos", diz o comunicado.

"Este cenário é marcado pela restrição do acesso à água, o fornecimento de alimentação estragada ou imprópria para consumo, práticas sistemática de abuso de poder, uso excessivo da força, não fornecimento de medicamentos, falta de assistência médica, celas superlotadas, frias, úmidas e escuras, onde é impossível manter o distanciamento e isolamento social", denunciam as entidades no texto.

Familiares ainda afirmam que os presos estão "incomunicáveis". "Não se sabe de fato o que se passa lá dentro e nem quais as reais necessidades deles, pois interromperam-se todos e qualquer meio de comunicação", sustentou. Familiares afirmam que poucas são as unidades prisionais que permitem a entrada de cartas. Quando é permitido, não chegam em tempo hábil. Ainda segundo eles, os familiares não são informados sobre o estado de saúde do familiar. "Só recebem o corpo para ser enterrado, muitas vezes sem nem um laudo", afirmam.

Confira, abaixo, o posicionamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp):

"A suspensão das visitas presenciais foi uma das iniciativas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para prevenir e conter a disseminação da covid-19 no ambiente prisional, em tempos de isolamento social. A medida foi tomada desde o fim do mês de março. Para reduzir os impactos do cancelamento temporário das visitas presenciais, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) investiu mais de R$ 2,5 milhões na aquisição de equipamentos para todas as unidades prisionais do Estado, a fim de viabilizar a realização de audiências virtuais e de visitas familiares a distância. Mais de 80% das unidades prisionais já realizam visitas familiares por videoconferência (cerca de 18 mil visitas virtuais, até o momento). 

Ao todo, das 194 unidades prisionais administradas pelo Depen MG, 155 já oferecem ao custodiado as visitas virtuais, como forma de manter o laço familiar neste período de distanciamento social. Elas são realizadas diariamente e cada unidade prisional segue o seu protocolo de agendamento.

Lembramos que a medida é temporária, e que as visitas presenciais serão retomadas tão logo a situação se normalize. 

Durante o período de suspensão das visitas presenciais, além das visitas virtuais, os presos também estão tendo contato com seus familiares por meio de correspondências (ação prevista para todas as unidades e com média de 35 mil recebimentos por semana) e ligações telefônicas (a média semanal é de 15 mil ligações realizadas). As famílias também podem enviar por Sedex kits suplementares contendo alimentos, remédios, entre outros itens - esses materiais continuam sendo fornecidos pelas unidades prisionais. Todos os kits enviados por meio postal são inspecionados, por questões de segurança, e estando em conformidade com as regras são entregues aos presos. 

  

Sobre as denúncias de maus tratos, a Sejusp sublinha que não compactua com qualquer desvio de conduta de seus servidores e que toda ação inadequada, quando devidamente formalizada, é apurada como rigor e a celeridade exigidos, respeitando sempre o direito de ampla defesa e ao contraditório. Em relação à alimentação vencida, esta informação não procede. Toda alimentação que chega às unidades prisionais fora dos padrões e imprópria para consumo é substituída, conforme consta em cláusula de termo contratual. O custodiado não consome alimentação vencida.

Não procedem também as denúncias de falta de acesso a água e medicamentos. Os detentos são acompanhados sistematicamente pelas equipes de saúde das unidades prisionais e, em caso de diagnóstico positivo para covid-19, as famílias são avisadas. 

Ressaltamos que a Sejusp e o Depen-MG estão trabalhando intensamente, e de forma integrada, para prevenir e combater a covid-19 no ambiente prisional. As medidas adotadas são discutidas e atualizadas, em duas reuniões diárias, com a presença de diversos órgãos, entre eles Defensoria Pública, Ministério Público e Poder Judiciário, para que servidores e custodiados do sistema prisional se mantenham protegidos da melhor forma possível em tempos de pandemia". 

Familiares de presos fazem protesto no Presídio de Joinville

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JA 2ª Edição – TO Familiares de presos em Palmas protestam em cobrança pela volta de visitas em presídio

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Familiares de presos fazem protesto por volta das visitas em presídios

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Familiares de presos fazem protesto em frente ao Fórum de Francisco Beltrão

Familiares de detentos fazem protesto em frente ao Fórum de Francisco Beltrão

Na tarde desta quarta-feira (02), familiares de detentos da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, se reuniram em frente ao Fórum, na rua Tenente Camargo, na área central da cidade, para protestarem contra a SOE (Seção de Operações Especiais) do sistema prisional paranaense e Depen (Departamento Penitenciário).

De acordo com os manifestantes, o movimento e para chamar a atenção das autoridades, em relação a forma com a qual os detentos vem sendo tratados na penitenciária. Os manifestantes, reclamam que os presos vem sofrendo maus tratos, agressões e humilhações por parte dos agentes do Depen e da SOE.

A equipe de reportagem da Rádio Onda Sul FM, esteve no local e falou com os manifestantes. “Primeiramente, queremos ser ouvidos e dar um pouquinho mais de atenção encima de um fato, o qual, eles estão lá para pagarem as suas penas, eles não estão lá para serem humilhados, torturados e agredidos, da forma que vem acontecendo. Isso não se faz apenas aqui na penitenciária de Francisco Beltrão, isso se faz em todo o sistema carcerário do Paraná. Não estamos aqui para falar para eles não fazerem os trabalhos deles, estamos aqui para pedir que eles sejam éticos e profissionais, da mesma forma que um médico ou um advogado é com o seu cliente ou paciente”. Destacou um dos manifestantes.

Marcos Andrade, gestor regional do Depen e diretor da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, está viajando, mas a equipe da Rádio Onda Sul, falou com ele, por telefone e ouviu a sua versão sobre a situação.

Segundo, Marcos, essa movimentação já estava sendo monitorada a alguns dias. “Ela visa simplesmente questionar os procedimentos de geral, de ronda, de algumas coisas que estão sendo mudadas em todas as penitenciárias já baseando nesse pacote do Ministro da Justiça, Sérgio Moro. Com algumas recomendações dele, inclusive ele estará no Paraná na sexta-feira e creio que já tem também um fundo de ligação nessa situação, nesse movimento levantado”. Ele também comentou sobre maus-tratos dos presos em Francisco Beltrão. “Não tenho informações, qualquer situação que se levanta na penitenciária, a gente manda abrir procedimento, então é um movimento orquestrado no Estado do Paraná, porque hoje as facções criminosas estão sendo isoladas dentro do sistema, perderam força dentro do Paraná”.

 Durante o final de semana, familiares de presos em São Paulo fizeram uma manifestação pela falta de um plano de retomada para as visitas presenciais nos presídios.


Os encontros estão suspensos no estado desde o dia 20 de março, por conta da pandemia do coronavírus.

No Parque da Juventude, na zona norte, centenas de pessoas se reuniram e pediram mais respeito, afirmando que "vidas presas importam".

A secretaria da administração penitenciária afirmou que recebeu representantes destes familiares para uma conversa e que vai adotar providências para a volta de maneira controlada e gradual, garantindo a saúde dos envolvidos.

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Familiares de presos fazem protesto

 

 

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Familiares de presos fazem mais um protesto no centro de Maceió

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Agenda pelo desencaceramento pelo instragram

 

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