Operação que prendeu comandante de UPP começou após sumiço de fuzil apreendido em tiroteio

 

Vídeo obtido pela Corregedoria da PM mostra policial recolhendo arma usada por traficante morto em confronto. O fuzil, no entanto, nunca foi apresentado na delegacia.

 

1610A operação da Corregedoria da Polícia Militarque resultou na prisão de quatro policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, na quarta-feira (11), começou após o desaparecimento de um fuzil durante uma ação policial em outra comunidade, o Morro da Coroa, no Catumbi.

 

Em um vídeo obtido pelos investigadores, é possível ver PMs e traficantes trocando tiros na Coroa, na manhã de 14 de maio. Durante o confronto, um dos criminosos é baleado e cai, morto. Três policiais se aproximam e um deles recolhe o fuzil usado pelo traficante. A arma, contudo, nunca foi apresentada na delegacia, como seria de praxe.

 

Na ocasião, a UPP Coroa era comandada pelo major Frugoni, o mesmo que foi preso pela Corregedoria na quarta-feira. E as imagens daquela ação de maio deram origem à investigação. Alguns dos policiais que aparecem no vídeo acompanharam o oficial quando de sua transferência para a UPP Caju.

 

No gabinete usado por Frugoni no Caju, os agentes da Corregedoria apreenderam uma pistola com a numeração raspada, além de carregadores e 1.100 munições para fuzil. Em outro local da base da UPP, cães farejadores encontraram grande quantidade de drogas.

 

Na manhã desta quinta-feira (12), a também major PM Paula Andreza Frugoni, mulher do oficial, prestou depoimento na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). Ela, que trabalha no Departamento de Finanças da corporação, é suspeita de tentar esconder parte do material que estava na casa de seu marido.

 

Um dos policiais da Corregedoria falou sobre a apreensão feita. "Não era pouca coisa não, era carga grande. Muitas granadas de efeito moral, coisas que não pertenciam ao material bélico, guardadas em armários, em mochilas de policiais".

Os quatro policiais presos na operação estão detidos na Unidade Prisional, em Niterói.

Fonte: G1