Força-tarefa das polícias Federal, Civil, Militar, Penais Estadual e Federal também foi realizada em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Viana, no Espírito Santo.
A Polícia Federal (PF), com o apoio das polícias Civil, Militar, Penais Estadual e Federal, realizou, nesta quinta-feira (5), a Operação Panóptico para combater a compra e venda de vagas no sistema penitenciário de Minas Gerais.
De acordo com o delegado da PF Christian Lucas Del Cantoni, as investigações tiveram como ponto de partida a apreensão de uma barra de maconha de um quilo que estava com um detento na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
Com ele, ainda havia um celular, com mensagens e cópias de comprovantes bancários em favor da mulher de um policial penal, forte indício de participação de servidores da unidade prisional em suposto esquema de corrupção dentro do presídio.
Cantoni disse que os servidores púbicos alvos da operação ocupam cargos de direção dentro do sistema prisional mineiro. As investigações, que começaram há cerca de um ano, mostraram a participação de advogados, detentos e familiares, servidores públicos do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e um ex-assessor de um ex-deputado estadual.
O delegado informou que esse ex-assessor articulava a compra e venda das vagas, e que o ex-parlamentar não tem nada a ver com o esquema.
"Eles [os suspeitos] negociavam vagas valiosas, em penitenciárias melhores, em celas, alojamentos, em presídios mais próximos", declarou Cantoni.
Ele não informou valores, mas disse que não eram fixos e que dependiam da cela, do local e da penitenciária.
Às 9h45, a PF não tinha um balanço de quantos suspeitos haviam sido presos, mas o delegado falou que, naquele momento, já tinham em torno de dez servidores, três deles policiais penais, e uma advogada.
Mandados
Foram apreendidos cerca de R$ 50 mil e barras de ouro. O delegado não especificou onde. A ação desta quinta contou com a participação de 214 policiais. Os autos tramitam em segredo de Justiça.