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Parcerias vão ampliar educação e atendimento jurídico aos detentos

O secretário de Estado da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, assinou nesta terça-feira (13) dois convênios entre o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) e outras duas instituições – a Faculdade de Pinhais (Fapi) e o Instituto Mundo Melhor. O objetivo dos termos firmados é levar serviços de educação e atendimento jurídico aos detentos do sistema prisional do Estado. Foto: Divulgação/SESP O secretário de Estado da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, assinou nesta terça-feira (13) dois convênios entre o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) e outras duas instituições – a Faculdade de Pinhais (Fapi) e o Instituto Mundo Melhor. O objetivo dos termos firmados é levar serviços de educação e atendimento jurídico aos detentos do sistema prisional do Estado.

De acordo com o secretário, esse tipo de parceira é imprescindível para que o trabalho da segurança pública tenha êxito em todo seu ciclo. “De um lado, precisamos capacitar os profissionais da segurança para prendermos quem está prejudicando a sociedade e, na outra ponta, precisamos cuidar desses presos para que possamos devolver às ruas pessoas melhores”, disse Marinho. Ele acrescentou que cerca de 54% da população carcerária são presos provisórios e 15% pessoas que não têm ensino fundamental completo.

Para o diretor-geral do Depen, Francisco Alberto Caricati, os acordos são muito importantes. ““Precisamos trabalhar no tripé educação, trabalho e religião. Porém, isso só é possível com parcerias, o que deve ser feito de forma profissional, com convênios, para estabelecer obrigações e para que possamos medir os resultados”.”

Como exemplo, Caricati mencionou o sucesso em unidades prisionais que são modelo no Estado. “Nossas unidades modelo já operam nesse tripé e já colhemos frutos. Nesses locais, 95% dos presos saem e não retornam ao sistema. A ideia é que todas as unidades sigam o mesmo padrão e sirvam de exemplo para todo o país”.”

NA PRÁTICA – O convênio entre o Depen e a Fapi prevê atendimento jurídico aos custodiados no Estado, principalmente no que se refere à execução da pena, de forma semestral. O trabalho será desenvolvido por alunos do curso de Direito, sob a orientação de professores.

A coordenadora do curso de Direito e do Núcleo de Práticas Jurídicas da instituição, Mariel Muraro, destacou que essa parceria, que teve início em 2017 com ações isoladas na Penitenciária Central do Estado, em Piraquara, só tem a render resultados positivos. ““O detento tem o direito de saber qual será seu caminho dentro do sistema prisional e, geralmente, nesse momento ele está desassistido de advogado. Esse trabalho serve também para diminuir o preconceito de nossos alunos, o que é um grande ganho, pois podemos ajudar a construir profissionais mais críticos e humanos”, disse.

Na área educacional foi estendida a parceria com o Instituto Mundo Melhor, que há quase uma década ajuda na qualificação curricular dos presos. Segundo o idealizador e mantenedor da instituição, Márcio Pauliki, é essencial a preocupação com a ressocialização do preso.

““Temos que avaliar que os detentos vão retornar à sociedade. Portanto, é fundamental que trabalhemos para que saiam pessoas melhores, capacitadas”. O acordo de cooperação busca a reintegração social de pessoas privadas de liberdade por meio de oferta de cursos de iniciação e qualificação a distância. O trabalho abrangerá a capacitação de futuros profissionais”, explicou Pauliki.

Ele destacou também a importância da participação de empresas nesse processo.“ “A partir do momento em que a iniciativa privada passa a colaborar mais, maior será o sucesso da ressocialização””, completou. “Nosso projeto é desenvolvido em 19 unidades prisionais, já oferecemos mais de 20 mil cursos que representam quase 9 mil dias de redução de pena. Isso significa uma economia para o Estado de quase R$ 1,5 milhão””.

PRESENÇAS -Também estiveram presentes no evento o vice-diretor do Depen, Thorstein Ferraz; o diretor administrativo da Fapi, Fabian Schmidt; a chefe de gabinete da secretaria da Segurança, Márcia Tavares; representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR), servidores da Secretaria da Educação e do Esporte e do Depen e demais autoridades.

Fonte: aen

Ele nasceu, viveu e se profissionalizou no crime. Um dia tudo mudou. Descubra o que aconteceu!

Wellington mudou de vida, largou o crime e hoje 'rala' pra ter uma vida melhor. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná Imagine-se dentro da seguinte situação: você e todos os seus familiares presos por tráfico de drogas e outros crimes. Você cresceu nesta vida e sempre foi assim. Quando não é num abrigo para menores, é na cadeia que você encontra os familiares. Mas um dia, você tem uma visão de Deus dentro da penitenciária que faz sua história mudar completamente de rumo. Você sai do crime e ainda leva toda sua família junto para o bom caminho. Parece história de filme, mas não é. Ela aconteceu com o barbeiro Wellington Lima de Oliveira, 27 anos, hoje morador de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, que já respondeu por mais de 80 assaltos.

Até os avós de Wellington eram criminosos. E nada melhor do que a mãe dele, Maristela, 42 anos, para contar como isso tudo começou. Maristela manteve-se longe das atividades da família, o tráfico, até o dia que foi visitar o irmão na cadeia e conheceu um detento, com quem casou e teve três filhos. Com o dinheiro do tráfico, o homem dava uma vida luxuosa a Maristela, que até então sabia de tudo, mas não se envolvia.

Mas quando ela tinha 17 anos e estava grávida do segundo filho (Wellington já tinha dois anos e meio), o marido foi preso de novo. Sem saber como manteria a casa e as crianças, deu continuidade às atividades do companheiro, mas acabou sendo presa. “Quando o Wellington tinha 8 anos, ele foi me visitar na cadeia e pediu: ‘Mãe, você pode me dar um banho?’ Aquilo mexeu demais comigo. Ele sentia falta do meu cuidado, porque eu estava sempre presa. Quando meus filhos não estavam em abrigos, estavam sendo cuidados pelos outros. Eu decidi que não queria mais dar essa vida aos meus filhos”, diz Maristela, sentindo culpa.

Mesmo assim, ainda ocorreram idas e vindas à cadeia. Até o dia em que a família inteira – avós, pais, filhos, tios, primos – foi presa numa ação do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil. “Aquela foi a gota d’água. Nesse dia nós fizemos um propósito todos juntos na delegacia, de que iríamos sair do crime”, contou Maristela.

Vida de crimes

Enquanto a salvação da família não chegava, Wellington se envolveu com muita coisa errada. Só de assaltos, tinha mais de 80 em sua ficha corrida. Sem contar a prisão por tráfico e outra por homicídio (que ele foi inocentado). Dois anos depois de sair da Delegacia do Adolescente, foi baleado na cabeça num assalto que cometeu. Nesse dia, ele disse: “Se o Senhor me tirar dessa, faça eu sair do crime de vez”, pediu o jovem, caído numa valeta, entre a vida e a morte.

Deus atendeu: ele foi socorrido e sobreviveu. “Mas no dia seguinte que eu saí do hospital, já fui assaltar de novo. Não cumpri com a minha palavra”, lamenta ele. E assim, o rapaz passou a vida dentro do presídio, fosse preso ou visitando pai e mãe.

Wellington sabia desde cedo que o crime era errado. “Mas o que eu não decifrava é que o crime é um mundo de ilusão. É rápido subir ou ir pro fundo do poço. A gente chegou a viver uma vida de luxo. Então o crime era para mim a lei da sobrevivência. Eu ia visitar meu pai na PCE (Penitenciária Central do Estado) e já na entrada tinha um corredor gigante cheio de grafites. Na cadeia tinha futebol pra jogar, me divertia com os outros presos e tinha meu pai como espelho. No começo achava legal e não queria ser diferente. Mas depois eu vi a realidade dentro de uma cadeia quando cumpri pena. É lobo comendo lobo. Aí eu caí na real, que o mundo do crime é pura ilusão”, explica o barbeiro.

Sofrimento em família

Os irmãos de Wellington também sofreram demais. Thauanny, 19 anos, a do meio, era agressiva e não aceitava ser humilhada. Vivia tentando se cortar, tentou suicídio algumas vezes tomando um pote inteiro de veneno de rato, ou coquetéis de remédios. Passou a infância e adolescência dentro de abrigos, onde sempre arranjava confusão.

Ela usou drogas, fumava maconha o dia inteiro, só queria saber de festas e crimes. “O único abrigo que eu passei que me respeitavam foi o Sete Anjos. Toda criança precisa de amor, cuidado e carinho, e foi lá que eu tive um pouco disso. Não me forçavam a tomar nenhum medicamento. Porque nos outros eles me dopavam, me amarravam. Chegaram a me dar mais de 10 remédios por dia”, lamenta a jovem.

“Minha irmã hoje tem 19 anos. Mas foi estuprada aos 3 anos por um cara que veio cuidar dela. Depois disso a gente só se via dentro de abrigo, de cadeia. Em 2019 será o primeiro Natal e Ano Novo que vamos passar todos juntos na ‘rua’ (fora da cadeia). Não sei nem dizer quando foi o último que passamos juntos”, alegra-se Wellington.

O céu se abriu

22 de dezembro de 2017. A data é como um segundo aniversário para o barbeiro Wellington Lima de Oliveira, 27 anos. Foi neste dia que ele saiu da cadeia, bem antes do previsto, depois que teve uma visão impressionante de Deus enquanto estava “no castigo”.

Um dia, conta o barbeiro, ele estava no pátio, pregando aos outros presos a disciplina de uma facção criminosa, quando um pastor entrou e disse: “Eu não vejo você pregando em um pátio. Eu te vejo pregando para uma nação. Deus está entrando na sua vida irmão. Você vai ver”. Então o jovem respondeu: “Se Ele está mexendo na minha vida, porque não me tira daqui?”, questionou Wellington.

Este era o ano de 2004 e, naquele dia, os presos planejavam uma fuga. Então o pastor respondeu: “Eu posso orar por você. Porque tudo o que você está planejando, vai dar certo”. E naquele dia, os presos conseguiram fugir. “Minha família achava que eu estava solto de alvará. Então fui num retiro com eles. Na pregação, o pastor falou para eu ir para o mato e ganhar o mundo. Eu fui. No mato, eu pensei: como vou ficar na rua se eu sou um foragido da lei? Eu comecei a chorar sozinho. As pessoas me encontraram, fui preso de novo. Deus falava comigo há tempos e eu não percebia”, diz Wellington.

A visão

Foi no isolamento que Wellington teve “a visão”. “Ali eu me ajoelhei e pedi a Deus: assim como você falou com Paulo e Silas dentro da prisão Senhor, quero que me traga só uma notícia dos meus familiares”, pediu ele.

Em seguida, o rapaz dormiu. “Eu vi cinco pombas abrindo o teto da PEP. E uma voz calma sussurrou lá de cima: ‘Filho, fica tranquilo. Tá tudo bem’. Quem passou por uma PEP sabe que, quando você anda nos corredores, um portão se fecha nas suas costas e outro abre na frente. E assim, vários se fecham e abrem. Na visão, minha esposa vinha me visitar e todas as portas se abriam no corredor. Em seguida, eu vi uma casa com varanda, toda ensolarada. Minha mãe estava lá, olhando pro céu, e dizia, sem olhar pra mim: ‘Fui eu que mandei Ele falar com você.’ Quando eu acordei, eu ainda vi aquele céu aberto em cima de mim. Não foi um sonho”, diz Wellington.

Passados mais três meses, a esposa de Wellington voltou a visita-lo e contou que ele seria libertado naquela semana. “Se Deus não tivesse falado comigo, eu não ia acreditar, pois eu cumpri só cinco, dos 27 anos que fui condenado”, disse. Poucos dias depois, um agente penitenciário foi até a cela de Wellington e disse: “Se arruma que o teu alvará cantou”. “Naquele dia, eu não tive que esperar os portões abrirem e fecharem. Eu só vi portões abrindo na minha frente, igual na visão”, disse ele, que se batizou na cadeia.

Wellington contou com a ajuda e também ajudou toda a família. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Wellington contou com a ajuda e também ajudou toda a família. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Vida na “rua”

Wellington nunca fez curso de barbeiro. Mas aproveitando a habilidade que desenvolveu sozinho na prisão, abriu uma barbearia na garagem de casa, na Vila Palmital, no município de Colombo. Ainda está difícil sustentar a família, conseguir os R$ 750 mensais que precisa para pagar as contas, pois há semanas que não tem clientes. “Mas eu tenho fé. Até Homem Aranha em 3D eu desenho na cabeça. Não é porque sou evangélico que não vou passar por provações e tentações. As contas vão bater na porta. Mas Deus me dá provas de que estou no caminho certo. Por isso eu vou resistir, vou usar meu dom, porque fiz uma promessa a Deus. Se eu voltar pro mundo do crime, quero morrer em troca de tiro. Não quero ficar vivo pra contar essa história”, diz o jovem.

Além de barbearia, Wellington faz de tudo. De habilidades com pintura ao dom da música, aceita qualquer emprego, do qual consiga se aposentar. “Quando você sai da cadeia, você precisa ter um perdão da sociedade. Tem que fazer por merecer. Estou fazendo meu melhor. Mas o que dói mais na gente é bater nas portas procurando emprego e nunca tem, pelas pessoas saberem do seu histórico”, diz o rapaz.

Fonte: tribunapr.com.br

 

Cárcere e literatura: Mulheres encarceradas publicam livro de poesias em SP

O lançamento contou com a presença de mulheres que viveram na Penitenciária Feminina da Capital e são autoras do livro; entre mais de mil textos produzidos, 101 foram selecionados para a obra

 “A todas as Rita’s, as Cristiane’s
às negras, às brancas ou às pardas
– se bem que pardo é um papel
A todas que viram e lembraram que, por fim,
é só rodar a baiana
e tirar o pijama
pular da cama
porque a caminhada quem faz
é nós”

Jaqueline Ferreira fez dessa dedicatória seu poema: à baiana, à paulista e à mineira. Para todas as mulheres que enfrentam barreiras diariamente, seja para vencer a fome, a violência ou o machismo. A jovem de 23 anos é uma das autoras do livro Mulheres Poetas: Penitenciária Feminina da Capital, lançado na Biblioteca Mário de Andrade, na última quinta (25/7), que reúne os poemas frutos do sarau Asas Abertas. O sarau acontece todas as quartas-feiras na capela da PFC (Penitenciária Feminina da Capital), localizada na zona norte de SP, e é organizado pelo Coletivo Poetas do Tietê.

Jaqueline Ferreira é uma das autoras do livro | Foto: Juliana Santoros/Ponte Jornalismo

Após passar 1 ano e 3 meses na PFC, Jaqueline, em liberdade, se orgulha de estudar Direito no Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), em São Carlos, interior de São Paulo: “Faço direito porque já fiz muito errado e agora não me calo”. A jovem, que sempre nutriu o desejo de publicar um livro, escreve desde os 15 anos e conta que sua paixão por poesias começou cedo quando, na quinta série, ganhou de uma professora de português sua primeira antologia.

“Eu conheci o sarau quando estava na PFC há uns 6 meses. Eu me interessei primeiramente porque eu queria esquecer de onde eu estava”, explica Ferreira. A partir de então começou a levar várias amigas para a atividade. “O projeto ajuda a gente a manter uma disciplina. Gera um pensamento de liberdade, você pensa ‘fora da cachola’ e isso o sistema não quer”, conta a autora.

Da esquerda para a direita: Rafaela Maccari, Jaqueline Ferreira, Vanessa Ferrari, Lucas Verzola e Jaime Queiroga | Foto: Juliana Santoros/Ponte Jornalismo

Jaime Queiroga, o idealizador do Sarau Asas Abertas, explica que, para eles, o mais importante é elas acreditarem que podem seguir em frente estudando. “Nós temos vários casos de mulheres analfabetas ou analfabetas funcionais que começam a ler e ter curiosidade com a leitura”, conta.

Os principais temas abordados pelas mulheres nos poemas são saudade e perdão. “Nos poemas, eu peço pra elas enfrentarem seus medos, suas certezas, escreverem sobre isso. Nossa pegada é essa questão da autoestima através da poesia”, explica Jaime. Ele brinca que “se aqui fora, as pessoas tivessem a vontade de ler como tem lá dentro, nós seríamos o primeiro país do mundo em leitura”.

Jaime Queiroga é organizador do Sarau Asas Abertas | Foto: Juliana Santoros/Ponte Jornalismo

Além do sarau, Jaqueline também participava do Clube de Leitura Penguin-Companhia das Letras, um projeto que oferece remissão de pena por meio da leitura. Vanessa Ferrari, editora e coordenadora do projeto da Companhia das Letras de clubes de leitura, explica que a regra é simples: para cada livro lido, o preso pode remir 4 dias da sua pena.

“A gente empresta os livros e elas têm 30 dias para ler. Depois acontece uma roda de leitura, com mediador e eles produzem uma resenha que é o documento que vai para o juiz responsável para avaliar se a pena vai ser reduzida ou não”, diz Vanessa.

Vanessa Ferrari é editora e coordenadora do clube de leituras| Foto: Juliana Santoros/Ponte Jornalismo

“Primeiramente a gente faz o resumo pela remissão, mas depois do primeiro a gente faz só pelo prazer”, conta Rafaela Maccari. A jovem, hoje com 20 anos, confidencia que a paixão por Jorge Amado nasceu após resenhar ‘Capitães da Areia’ para o clube. “Depois de resumir eu nunca mais me esqueci do que falava o livro. Se eu escrever eu não esqueço mais”.

Os poemas de Rafaela também preenchem as páginas do livro recém-lançado. “Foi no sarau que eu comecei a escrever. Antes eu não escrevia, só escutava rap”, recorda. Em seu primeiro contato com o projeto, Maccari ainda não tinha o nome na lista para a atividade, mas voltou na semana seguinte já com 12 poesias prontas para compartilhar.

Rafaela Maccari recitando sua poesia “Angústia” | Foto: Juliana Santoros/Ponte Jornalismo

“Participando do sarau eu fiquei bem menos triste. Toda semana que minha mãe vinha me visitar eu mostrava as poesias para ela. Eu fiz muitas poesias pra ela”, conta Rafaela. Ela também chama a atenção para a visão da sociedade sobre as mulheres encarceradas e alerta: “é importante que as pessoas vejam que a gente também tem e precisa de cultura lá dentro”.

Há um ano, Rafaela deixou a penitenciária. Mas são os cinco meses dentro do sistema carcerário que impedem a reconstrução da sua vida. A ex-estudante de filosofia tentou retomar a faculdade, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), onde cursava o segundo ano, mas não conseguiu. “Eu sentia o preconceito dos professores. Eu larguei porque eu não aguentava mais”, recorda.

Rafaela Maccari e Jaqueline Ferreira | Foto: Juliana Santoros/Ponte Jornalismo

No mercado de trabalho não foi diferente. “Faz um ano já que eu estou na rua e não consegui o emprego. Duas entrevistas que eu fiz a mulher me disse que eu não me encaixava no perfil da empresa”, conta. “Então eu faço faxina, é o que eu faço pra sobreviver. Mas é difícil, por mais que eu tire o esmalte da minha unha, os piercings da minha cara, parece que está escrito na minha testa”.

Rafaela, que hoje mora em Maringá (PR), conta que, por conta do sarau, nunca mais parou de escrever. Ela confessa que, em um futuro próximo, pretende voltar para a sala de aula. “Agora em junho, eu participei do vestibular para a Universidade Estadual de Maringá [UEM]. Prestei o vestibular pra Biologia”, explica. “Em agosto sai o resultado, se eu passar vou continuar estudando. Hoje eu só faço faxina, mas a gente tem que comer, pagar água, luz, aluguel. A geladeira tá vazia, mas a gente tá na luta”, finaliza Rafaela.

O livro Mulheres Poetas: Penitenciária Feminina da Capital foi organizado pelo coletivo Poetas do Tietê e produzido por meio do Programa para a VAI (Valorização de Iniciativas Culturais), da Secretaria Municipal de Cultura e pela Edições Tietê (do próprio coletivo).

Serviço:

Quem quiser comprar o livro, acesse a página do Sarau Asas Abertas no Facebook e envie uma mensagem.

Fonte: ponte.org

Reunião aborda assuntos sobre trabalho externo de presos da PIC

          Parceria existe desde 2018 e contempla 16 internos...       

Reunião aborda assuntos sobre trabalho externo de presos da PIC Uma reunião, realizada na Secretaria de Obras de Cascavel, debateu diversos assuntos relacionados aos canteiros externos de trabalho, oferecidos aos presos da PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel).

Participaram do encontro diretores da unidade, o secretário de obras Adelino Ribeiro e representantes das frentes de trabalho que atuam diretamente com os internos.

O convênio firmado entre o Depen-PR (Departamento Penitenciário do Paraná) e a Prefeitura de Cascavel, por meio da Secretaria de Obras, existe desde 2018.

Atualmente, 16 presos que serão beneficiados com o projeto. A principal frente de trabalho é a Operação Tapa Buracos, no entanto, os beneficiados atuam em diversas obras de demanda municipal.

As informações são da Assessoria de Comunicação do Depen.

Fonte: cgn

Em Piraquara, presos trabalham no plantio de alimentos orgânicos

 Presos da Penitenciária Central do Estado - Unidade de Progressão (PCE-UP), localizada em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, trabalham no plantio de hortaliças e verduras orgânicas produzidas no terreno da unidade penal. Nesta quinta-feira (18), o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Anacleto Ortigara, conheceu a iniciativa, que pode ser ampliada para outras regiões do Estado.

“Tive a oportunidade de conhecer um belo trabalho que une dois grandes aspectos. Um deles é que o detento pode trabalhar, reduzir sua pena, aprender um novo ofício e exercitar a mente e o corpo. De outro lado, trazer empresários interessados em ajudar a produzir, ser racional e contribuir para a recuperação da dignidade dessas pessoas que aqui estão”, afirmou o secretário.

Segundo Ortigara, foi possível notar um ambiente propício para ampliação do trabalho. “Discutimos com a equipe da direção sobre estabelecer novas parcerias, visando o pleno aproveitamento racional de grandes áreas que detemos em várias regiões do Paraná, no sentido de transformar esses locais em ambientes de produção, dando oportunidade para os detentos e produzindo alimentos”, disse ele.

Segunda a diretora da PCE-UP, Cinthia Maria Mattar Bernardelli Dias, atualmente dez presos trabalham diariamente na horta. Além dessa iniciativa, a penitenciária possui convênio com outras empresas e, por isso, consegue manter todos os presos ocupados. “Todos os presos que cumprem pena na unidade de progressão trabalham e estudam em tempo integral. Nosso objetivo é prepará-los ao máximo possível para o retorno e a vida em sociedade”, explicou a diretora.

HORTA - No local, os presos são responsáveis pelo plantio, colheita e processamento dos alimentos que são entregues prontos para o consumo. Isso é possível graças a parceria com a empresa JFO Alimentos Orgânicos ,que contrata e qualifica a mão de obra prisional por meio de um convênio com o Estado. Em contrapartida, os presos recebem ao mês a remuneração de três quartos do salário-mínimo, além de diminuir a pena por meio do trabalho. A cada três dias trabalhados, um dia a menos da pena a cumprir.

RESPONSABILIDADE SOCIAL - Responsável pela JFO Alimentos Orgânicos, o empresário Julio Cesar, se diz satisfeito com a parceria. “Percebemos um excelente resultado, por isso desejamos ampliar a produção e os tipos de culturas. Todos os detentos que estão conosco demonstram interesse em aprender a profissão e são extremamente dedicados”, afirma o empresário.

Pelo segundo ano consecutivo, a empresa recebeu do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Selo Nacional de Responsabilidade Social pelo Trabalho Prisional, o Resgata, que reconhece as principais iniciativas de absorção de mão de obra de pessoas privadas de liberdade no país.

VISITA - Também participaram da visita o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Natalino Avance de Souza; do empresário Júlio Cesar e dos servidores do Depen Boanerges Silvestre Boeno Filho, Edilson Pereira Sposito e Paula Bond.

Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em:
http:///www.facebook.com/governoparana e www.pr.gov.br

         

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