Imagine alguém contratar um punguista, para saber como bater a carteira de cédulas da vítima, sem ser notado.
Agora imagine alguém contratar um hacker, para ensiná-lo a fraudar o voto eletrônico de uma eleição presidencial.
Qual a diferença? Claro, um refere-se a dinheiro e o outro a votos, mas ambos agem criminosamente.
O presidente Jair Boldonaro, que admitiu não ter prova de que houve fraude na eleição presidencial em 2018, diz agora que vai consultar hackers para que eles ensinem como fraudar o sistema eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral.
Trata-se, obviamente, de desespero – e desespero duplo -, porque Bolsonaro está mal avaliado na disputa pela reeleição em 2022, e porque o TSE deu-lhe prazo de 15 dias para ele apresentar as provas das denúncias que fez – e ele não tem prova nenhuma.
O presidente ligou o modo desespero, encurralado pela CPI da Pandemia, que investiga suspeitas de corrupção na compra de vacinas. Sem dúvida que é uma situação complicada para Bolsonaro, e tanto é, que o governo já deu três explicações para o contrato suspeito para compra da vacina Covaxin, e nenhuma delas convenceu.
Enquanto isso, os coveiros seguem sobrecarregados enterrando os mortos da Covid -19, enquanto a vacinação da população segue em passo de tartaruga.