A busca de reparação não pode se transformar em vingança

liberdadeO presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Veneri (PT), destacou a necessidade de preservação da liberdade de expressão e do exercício profissional do jornalismo em pronunciamento nesta terça-feira, 21, quando comentou a denúncia feita pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná sobre a existência de uma ofensiva de juízes e membros do Ministério Público contra uma equipe de jornalistas, pesquisador e analistas de sistema do jornal Gazeta do Povo. A equipe tem sido alvo de ações judiciais em várias comarcas após a publicação de uma reportagem sobre os salários das magistratura e de integrantes do Ministério Público paranaenses em 2015.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais pediu a intervenção da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa para deter o que considera uma estratégia de intimidação dos profissionais. Veneri disse que fará contato com a direção da entidade que representa os magistrados para buscar uma solução ao caso. “Os dados publicados pelo jornal são públicos. Os salários e benefícios estão disponíveis no portal da transparência. Aqueles que se sentem ofendidos com a publicação de sua remuneração não deveriam ser servidores públicos. Deveriam atuar na iniciativa privada onde os salários não são públicos”, comentou Veneri.
Os profissionais do jornal paranaense são alvos de dezenas de ações individuais que os obrigam a comparecer a audiências em várias cidades do Estado impossibilitando que exerçam suas atividades diárias. “ Eu não estou dizendo que jornalistas têm salvo conduto. Mas buscar justiça não pode se transformar em vingança. É preciso racionalidade e respeito”, disse Veneri, comentando que as ações individuais inibem a atividade jornalística ao mesmo tempo em que poupam a empresa que responde pelas publicações.