O que passou, passou...

João Carlos da Costa

2016 17Cada ano que finda é difícil esquecer coisas que aconteceram no seu decorrer. Nem sempre a retrospectiva é boa, porque faz com que a gente relembre coisas ruins que aconteceram conosco ou com pessoas do nosso convívio e com outras não tão próximas, mas que direta ou indiretamente nos afetaram. Com certeza inúmeros fatos aconteceram nas nossas vidas. Alguns deixaram pequenas cicatrizes, tão superficiais que com um pouco de maquiagem ou a própria ação do tempo podem suavizá-las. Outras, mais profundas, ficarão para sempre na nossa mente e no coração. Mas acontecem também coisas boas e muitas delas ficam no ostracismo. Momentos prazerosos na nossa vida são os que mais acontecem, no entanto, não conseguimos contabilizá-las porque nos deixam tão mal-acostumados, que a própria mente fica em estado letárgico, no aguardo de outro bom. Esses momentos, nem sempre agradecemos, por não fazer parte da natureza humana agradecer espontaneamente. Essa letargia também nos deixa  tão despreparados, sem imaginar que em qualquer momento uma situação ruim pode acontecer. Aí, sentimos como se o mundo tivesse caído sobre as nossas cabeças. E, quanto mais próximas acontecem, mais sentimos.

Muitos lamentam o que não conseguiram alcançar e voltam a fazer planos para o ano seguinte, mesmo sabendo que, apenas estarão repetindo as promessas de metas anteriores. De qualquer forma, nenhum ano é igual ao outro mesmo.

A televisão inclui em seus programas a retrospectiva anual, que prende na frente da telinha pessoas que gostam de rever fatos relevantes que chamaram à atenção durante o ano.

Para os brasileiros, especificamente, o ano de 2016 provavelmente foi um dos piores das últimas décadas por causa da grande crise moral, ética e econômica que elevou as taxas de desempregos e muitas empresas foram à falência. O combate à corrupção vem acontecendo de forma avassaladora. Culminou no impeachment da presidenta e possibilitou a sua substituição por um vice não muito confiável, com ministros e assessores idem, citados, inclusive, nos envolvimentos da Operação Lava Jato. Os desgovernos, por conta não só da corrupção, mas também da falta de gestão afundou alguns estados nas dívidas. Para completar, a criminalidade está aumentando assustadoramente e o Estado está perdendo a guerra para o tráfico de drogas e outros tipos de crime.  Postos de saúde, não têm médicos, remédios e tampouco instalações compatíveis para atender o grande número de pessoas que tem aumentado cada vez mais e que precisam de assistência médica. Muita gente pagava  plano de saúde, com a perda de emprego, migrou para os órgãos de saúde pública.

Sem perder a esperança

Afinal, todo mundo teve problemas que direta ou indiretamente afetaram o seu dia a dia durante o ano que finda e só quer esquecê-los. Porém não podemos perder a esperança de um mundo, um país melhor. E quando sentimos percebemos que a nossa situação não está boa, basta olharmos para o lado e veremos pessoas em situações piores. Por mais que nós, brasileiros soframos com os males causados pela corrupção, pela falta de responsabilidade na condução do País por causa da má gestão dos recursos públicos, por causa dos maus políticos e outros, nada se compara às perdas das famílias que sofreram com a perda de entes queridos de forma catastróficas, como a queda do avião que levava o time da Chapecoense, as vítimas das guerras de Alepo, na Síria e em outros países, que provocaram a grande onda de imigração mundo afora.

É preciso sim, lutar mais. Cobrar dos governantes e outros políticos representantes da sociedade, postura e comportamentos éticos e exemplares, para que se sensibilizem de que precisamos uma nação melhor e mais acolhedora, pois a população brasileira precisa de uma vida digna, com saúde, segurança e justiça social. Do jeito que está, só Deus mesmo para salvar. Acredito que essa é a maior expectativa para o ano que temos pela frente.

João Carlos da Costa

Advogado, Bel. Químico, Professor e Policial Civil.
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