MPF processa Igreja Universal por assédio judicial contra J.P. Cuenca

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Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (7) contra um morador de Londrina, no norte do Paraná. Segundo a Polícia Federal (PF), ele é acusado de produzir e enviar passaporte falsos para oito países da Europa e para os Estados Unidos.

De acordo com a Polícia Federal, as pessoas faziam contato com o falsificador pela internet. Depois, ele produzia os documentos no próprio apartamento e os enviava por meio de uma empresa de logística internacional, sediada em São Paulo.

Os passaportes eram postados em envelopes na unidade da empresa em Londrina, iam para São Paulo e, depois, eram despachados para o exterior, sendo que a maioria dos destinatários eram de nacionalidade brasileira.

Até o momento foi identificada a confecção de passaportes falsos de países europeus, tais como Portugal, Itália, França, Espanha, Holanda, Bélgica e Irlanda. De acordo com a PF, o principal objetivo das pessoas que adquiriam esses documentos, era usá-los para conseguir emprego.

Na manhã desta sexta-feira (7), os agentes da PF foram até três endereços que estavam em nome do suspeito, de 39 anos. Contudo, materiais que possivelmente fazem parte da falsificação dos documentos só foram encontrados no apartamento onde ele mora, no bairro Gleba Palhano.

Ao todo, foram apreendidos computadores, tintas, impressoras, placas de metal, veículos e uma moto aquática, além de folhas para produção de carteira de habilitação brasileira e passaporte brasileiro. Todo o material passará por análise pericial.

Conforme a Polícia Federal, o homem não foi preso, pois não havia nenhum mandado de prisão contra ele. Também não houve flagrante, pois no momento da visita da polícia ao apartamento dele, o suspeito não estava produzindo ou enviando os documentos.

Apesar disso, o homem confessou aos policiais que já havia sido preso anteriormente na Inglaterra, por falsificação de documentos. Dessa vez, a suspeita é de que o esquema esteja ocorrendo há dois anos.

Após o término da análise dos materiais, o suspeito será intimado a comparecer a delegacia, segundo a PF.

PF está investigando homem que falsificava passaportes em um apartamento em Londrina — Foto: Polícia Federal

Empresa de logística descobriu o crime

O esquema foi descoberto em abril de 2024, durante uma fiscalização de rotina da própria empresa de logística. Conforme o delegado da PF, Joel Moreira Ciccoti, os envelopes passaram por uma inspeção por meio de um raio-x.

"Verificando que havia indício de que o que estava ali poderia ser ilegal, a empresa fez a inspeção física, constatando que se tratava de passaportes estrangeiros emitidos em Londrina. Então ela encaminhou a denúncia para a Policia Federal de São Paulo para tomar as providencias", explicou o delegado.

Foram cerca de 20 apreensões, ocorridas em datas diferentes, sendo que em algumas encomendas havia mais de um passaporte falso. Em alguns casos, a foto era da mesma pessoa, embora os nomes grafados nos documentos fossem diferentes.

Além disso, o suspeito tinha gráfica em Londrina, que funcionava como uma empresa de faixada. Ele contratava entregadores para levar os documentos até o centro de logística e fazia com que eles assinassem os envelopes, para tentar dificultar a identificação dele.

Entretanto, a empresa conseguiu chegar até o suspeito, por meio dos pagamentos dos serviços, que eram feitos por ele e, na maioria das vezes, por pix.

De acordo com o delegado, a partir da análise dos materiais será possível descobrir se há outras pessoas envolvidas no esquema e chegar até as pessoas que estavam adquirindo os documentos.

Ciccoti também informou que o homem poderá responder por falsificação de documento público e lavagem de dinheiro, com penas, que se somadas, podem chegar a 16 anos de prisão.

"Depois da análise dos materiais ele será indiciado e o resultado disso tudo será encaminhado a Justiça Federal e ao Ministério Público Federal, para que promova uma ação penal e ele seja processado e julgado", explicou o delegado.

Fonte: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2025/02/07/policia-federal-investiga-morador-de-londrina-passaportes-falsos.ghtml

Herberts Cukurs: nazista que morou no Brasil – e alugava pedalinhos no Rio

e0203 Em março de 1946, o aviador Herberts Cukurs, nascido na Letônia, desembarcou no Rio de Janeiro acompanhado de sua esposa, sua sogra e três filhos. A família foi morar num sobrado em São Cristóvão, bairro da zona norte carioca. Ele parecia ser só mais um imigrante europeu, mas seu passado escondia acusações de colaboração com os nazistas na morte de milhares de judeus durante o Holocausto.

Vários nazistas fugiram para a América Latina depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Adolf Eichmann, um dos responsáveis pela logística da máquina de extermínio nazista, foi escondido para a Argentina. Josef Mengele, que realizava experimentos desumanos e mortíferos nos prisioneiros dos campos de concentração, conseguiu escapar da Justiça e morreu na Baixada Santista, em São Paulo.

No caso de Cukurs, ele não estava fugindo: o aviador entrou legalmente no Brasil; na época, ainda não havia acusações criminais contra ele. Na verdade, Cukurs jamais passou por um julgamento em tribunal pelos crimes dos quais foi acusado.

Os quase 20 anos de Cukurs no Brasil e sua participação no Holocausto são narrados na audiossérie “Do Céu ao Inferno: o caso Herberts Cukurs“, um original da plataforma Audible. Quem conversou com a Super para explicar essaa história foi a Patricia Hargreaves, apresentadora da série documental. Ela conheceu a história de Cukurs quando dirigia a revista Aventuras na História, que organizou uma capa sobre nazistas que se refugiaram na América do Sul.

“O pontapé da apuração teve início com a pasta do Cukurs no Deops [Departamento de Ordem Política e Social], que está no Arquivo Público do estado de São Paulo”, ela explica. São quase cem páginas de documentos sobre ele, com depoimentos de sobreviventes do Holocausto que acusavam Cukurs de ter participado da morte de várias pessoas.

A pesquisa para a série durou dois anos e envolveu analisar livros, documentos e emissões de rádio e televisão da época, além de depoimentos de sobreviventes do Holocausto armazenados por instituições judaicas e entrevistas com parentes dos envolvidos, que já estão mortos.

Quem foi Cukurs?

Ele nasceu em 17 de maio de 1900 na costa da Letônia, no norte da Europa, e virou piloto de avião depois de participar da guerra de independência do seu país, entre 1918 e 1920. Cukurs projetava e construía as próprias aeronaves, que ele pilotava em shows de manobras que atraíam multidões.

Em 1933, ele completou uma viagem de nove meses de ida e volta da Letônia até a Gâmbia, na África Ocidental. Por causa do feito, Cukurs virou herói nacional, galã letão e empreendeu outras viagens até o Japão, a Índia, a Turquia e o Paquistão. Até hoje, algumas pessoas na Letônia veem Cukurs como herói, ignorando as acusações sobre o que ele fez depois da carreira de aviador.

Quando os nazistas invadiram a União Soviética, em 1941, Cukurs tinha acabado de voltar de Moscou para a Letônia. Ele estava na Rússia a pedido do governo soviético, projetando caças para o exército. Assim que os alemães chegaram à Letônia, o piloto se aliou a eles contra a dominação russa, integrando a milícia violenta (e voluntária) Arajs Kommando, subordinada à SS de Hitler.

O Arajs Kommando trabalhou para que o Holocausto na Letônia fosse um dos mais mortais em toda a Europa: nove em cada dez judeus letões foram assassinados. Cukurs foi acusado de participar da morte de cerca de 30 mil judeus, com requintes de crueldade. Milhares morreram em pelotões de fuzilamento, e o herói nacional da Letônia é acusado de ter mandado queimar uma sinagoga com 300 judeus dentro e ordenado a morte por afogamento de 1.200 judeus em um lago.

Cukurs no Brasil

Ao fim da guerra, ele conseguiu driblar os Aliados e esconder sua atuação na ocupação nazista da Letônia. Ele pensou em se mudar para o Brasil porque era um grande admirador do pai da aviação, Santos Dumont (Cukurs, porém, parece ter ignorado o lado pacifista do inventor, que possivelmente se suicidou por causa do uso de sua invenção no campo de batalha).

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No Rio de Janeiro, Cukurs virou empresário, e começou o aluguel de pedalinhos na Lagoa Rodrigo de Freitas, um programa tradicional dos cariocas até hoje. Ele também oferecia passeios de lancha, caiaque, barco à vela e hidroavião. Os negócios iam bem até que, em 1950, a Federação das Sociedades Israelitas do Rio de Janeiro acusou Cukurs de crimes com base nos depoimentos de cinco sobreviventes do Holocausto.

Cukurs afirmou que colaborou com a ocupação nazista, mas negou as acusações de crimes. No Rio, ele ficou conhecido como o “nazista dos pedalinhos”.

Anos se passaram, e Cukurs voltou a ter medo ao ficar sabendo dos julgamentos de Adolf Eichmann, em 1960, depois de ser rastreado por agentes do Mossad, o serviço secreto israelense. No Brasil, apesar das acusações de crimes de guerra, ele conseguiu garantir o porte de arma e proteção policial.

Em 1964, Cukurs virou amigo de um empresário austríaco chamado Anton Kuenzle – que, na verdade, era Yaakov Meidad, o agente do Mossad que capturou Eichmann na Argentina. Kuenzle – ou melhor, Meidad – convenceu Cukurs a expandir seus negócios de pedalinhos e entretenimento aquático para o Uruguai.

Os dois foram juntos para o país vizinho. Duas semanas depois de chegarem, alguns policiais entraram na casa onde o aviador letão estava hospedado. Eles encontraram um baú de madeira fechado por três cadeados. Dentro dele, o corpo de Herberts Cukurs, já em estado de putrefação, enrolado em um cobertor. Em cima dele, havia uma carta que dizia:

“Considerando a gravidade dos crimes de que Herberts Cukurs é acusado, notadamente sua responsabilidade pessoal no assassinato de 30 mil homens, mulheres e crianças, e considerando a terrível crueldade demonstrada por Herberts Cukurs na execução de seus crimes, condenamos o referido Cukurs à morte. Ele foi executado em 23 de fevereiro de 1965.”

Cukur morreu antes que o processo de extradição, pedido pela Alemanha no começo dos anos 1960, se completasse. Por causa disso, ele nunca passou por um tribunal criminal para responder às suas acusações. Ele foi assassinado por quatro agentes do Mossad, que assinaram a carta como “aqueles que nunca esquecerão”.

“O nome Cukurs sempre esteve envolvido em polêmica, principalmente por conta da liberdade que ele usufruía aqui. Então, quando o crime ocorreu foi retratado em tudo que é veículo”, explica Hargreaves. “Desde 1950, ele era pauta de jornais, rádios e revistas.”

Por que relembrar essa história agora? “Precisamos aprender com os erros do passado. Só assim evitamos a repetição”, afirma Hargreaves. “No Brasil, muitos dos crimes que acontecem nas escolas têm ligação direta com neonazismo.” O passado não é tão passado assim.

Fonte: https://super.abril.com.br/historia/herberts-cukurs-o-nazista-que-morou-20-anos-no-brasil-e-vivia-alugando-pedalinhos-no-rio/

Michelle e Eduardo Bolsonaro eram de grupo pró-golpe mais radical, diz Cid em delação premiada

e0127 A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), respectivamente mulher e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, atuaram para instigá-lo a dar um golpe após a derrota na disputa pelo Palácio do Planalto contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, segundo disse o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, na primeira delação premiada feita por ele, em agosto de 2023.

O teor desse depoimento foi revelado pelo jornalista Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Segundo Cid os dois participavam de um grupo mais radical que dizia que o ex-presidente teria “o apoio do povo e dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) para dar um golpe de Estado. Nem Michelle e nem Eduardo foram indiciados pela Polícia Federal (PF) e não há menção a elementos e provas, ao menos neste primeiro depoimento. Cid foi inquirito pela Polícia Federal mais vezes ao longo de 2023 e 2024.

Na delação, Cid apontou que Eduardo tinha mais contato com os CACs. Também teriam participado desse grupo ex-ministros, como Onyx Lorenzoni (PL) e Gilson Machado (PL); atuais senadores, como Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC), o ex-assessor internacional de Bolsonaro Filipe Martins e o general Mario Fernandes.

O Estadão busca contato com todos os mencionados. O espaço segue aberto para manifestação.

Duas ramificações

Existiam duas ramificações entre essa ala, de acordo com Cid. O primeiro subgrupo, o “menos radical”, queria achar uma fraude nas urnas; o segundo já era “a favor de um braço armado”, incentivavam a tentativa de golpe de Estado e pediam pela assinatura do decreto do golpe.

Martins e Fernandes já foram indiciados pela PF. De acordo com o relatório que levou ao indiciamento, Fernandes teria sido responsável ainda por elaborar um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e os então candidatos eleitos Lula e Geraldo Alckmin. Já Martins “atuou de forma proeminente na interlocução com juristas para elaborar uma minuta de teor golpista”, segundo a PF. O documento ficou conhecido como “minuta do golpe”.

Nessa primeira delação, Cid ainda dividiu o entorno de Bolsonaro em três diferentes grupos, que davam conselhos distintos sobre o que o ex-presidente deveria fazer em reação à derrota de Lula . Havia os mais radicais – onde estavam Michelle e Eduardo – os que o aconselhavam a mandar os acampados em quartéis do Exército a irem para casa e os que diziam que “nada poderia ser feito diante do resultado das eleições”. Nesse último segmento há uma ramificação dos que incentivavam o então presidente a sair do Brasil.

Já o grupo que sugeria que “nada poderia ser feito” era composto por generais da ativa, como o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes; o então chefe do Departamento de Engenharia e Construção, Júlio Cesar de Arruda, e o então chefe do Comando de Operações Terrestres, Estevam Theóphilo.

Cid disse que esse grupo estava temeroso que Bolsonaro fosse assinar “uma doideira”. Freire Gomes foi quem mais se mostrou preocupado, segundo o ex-ajudante de ordens. “Freire Gomes estava muito preocupado com essa situação, com que poderia acontecer com esse pessoal que ia para o Palácio da Alvorada”, afirmou. “Estavam preocupados com o grupo radical que estava tentando convencer o então presidente a fazer alguma coisa’, um golpe.”

No segundo segmento faziam parte o empresário do agronegócio Paulo Junqueira e o próprio Magno Malta, que anteriormente tinha posição mais radical.

Conforme as investigações foram avançando e após Cid ter sido inquirido por investigadores em mais oportunidades, porém, alguns desses nomes inicialmente apontados como mais moderados acabaram sendo indiciados pela PF por participação na tentativa de golpe.

De acordo com a PF, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, por exemplo, pressionou comandantes das Forças Armadas a aderirem ao plano golpista. Organizou reunião com oficiais de alta patente das três forças em que o ex-presidente cobrou adesão ao golpe. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica rechaçaram o plano.

Em dezembro, Nogueira de Oliveira incumbiu o próprio general Estevam Theóphilo das ações que ficariam a cargo da tropa terrestre caso Bolsonaro assinasse o decreto.

Foram mais de 40 pessoas indiciadas pela PF pela tentativa de golpe de Estado no Brasil. O plano, segundo a polícia, envolvia a tentativa de assassinato do ministro Alexandre de Moraes, Lula e Alckmin.

Procurados, Jair e Michelle não responderam os contatos da reportagem. O Estadão também busca contato com a defesa de Eduardo Bolsonaro. O espaço segue aberto para manifestação.

Fonte: https://istoe.com.br/michelle-e-eduardo-bolsonaro-eram-de-grupo-pro-golpe-mais-radical-diz-cid-em-delacao-premiada/

Assassina dos pais faz acordo milionário para contar sua história no SBT

e0125 O blogueiro Renato Ronner noticiou que Suzane von Richthofen firmou acordo milionário com o SBT para dar depoimento ao documentário sobre o assassinato de seus pais. Segundo o comunicador, ela irá falar de sua relação em família, do crime e de seus anos na prisão.

 

Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias/assassina-dos-pais-faz-acordo-milionário-para-contar-sua-história-no-sbt/ss-AA1xEz83?cvid=18dc51930aae4805b7edaec62175e507&ocid=mobilepwa

PM tenta tomar celular de coronel do CBMDF durante abordagem

e0113 Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram o momento em que policiais militares do Distrito Federal tentam tomar à força o celular de Gustavo Erley Santos Morais, coronel do Corpo de Bombeiros (CBMDF). O homem afirma que a ação dos PMs foi truculenta. O oficial alega, inclusive, que levou um mata-leão de um dos policiais.

A ação aconteceu durante uma ocorrência de acidente de trânsito provocado por outro motorista na noite do último domingo (5/1). No vídeo, é possível ver quando o coronel decidiu filmar o prefixo das viaturas. Uma pessoa grita: “Não deixa filmar, toma o celular dele aí”. Momentos depois, um policial chega e tentar pegar o aparelho. A filmagem acaba logo em seguida.

Versão do coronel

Segundo o coronel, ele foi vítima de agressão e abuso de autoridade por parte dos PMs. O acidente de trânsito foi provocado por outro motorista. Sentindo-se ameaçado, o coronel decidiu acionar a Polícia Militar.

Ao chegar à 8ª Delegacia de Polícia, foi informado de que a unidade estava sobrecarregada devido ao recente feminicídio de Ana Moura Virtuoso e que seria mais adequado registrar a ocorrência em outro local.

Seguindo a orientação, o coronel dirigiu-se a uma delegacia mais próxima de sua residência. Ele conta que, quando estava em deslocamento, foi abordado novamente pelos mesmos policiais militares, que o interceptaram de forma agressiva, tentando retirar a chave do carro e impedindo que ele filmasse a ação.

O oficial relata ter sido imobilizado com um mata-leão e que os policiais teriam combinado uma versão falsa, alegando que ele se recusou a realizar o teste do bafômetro.

Após ter seus documentos apreendidos, ser algemado e colocado no cubículo da viatura, o coronel foi conduzido novamente à delegacia. Ele nega veementemente ter tentado fugir ou evadir do local, como alegam os policiais. O oficial possui imagens e outras provas que sustentam a sua versão.

Versão apresentada por policiais

Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nega que a 8ª DP estivesse sobrecarregada no momento do registro de ocorrência e que seria mais adequado registrar o BO em outro local devido ao feminicídio de Ana Moura, ocorrido no mesmo dia. A corporação informou ao Metrópoles que “os policiais do plantão negaram veementemente terem informado algo do tipo tanto para o coronel como para algum dos policiais militares que apresentaram a situação”.

Segundo o relato dos policiais militares que atuaram na ocorrência, o coronel fugiu do local, de modo que foi necessário o deslocamento da equipe para contê-lo. Depoimentos ainda indicam que, ao ser encontrado e abordado novamente, o oficial disse que conhecia alguns coronéis da PMDF. Ele teria acrescentado que iria ligar para eles informando o ocorrido.

De acordo com a versão, o bombeiro teria ameaçado um policial militar, afirmando: “Você vai se ver comigo”. Na delegacia, teria repetido a ameaça contra o PM, dizendo que ele iria “se arrepender de ter feito isso”. Por fim, o coronel foi apresentado ao Núcleo de Custódia do CBMDF.

Manifestações

O Metrópoles solicitou esclarecimentos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal sobre o ocorrido. A corporação informou que foi notificada sobre a situação envolvendo o bombeiro.

“Após procedimento apuratório, verificou-se que a situação não caracterizava crime militar. Os autos foram encaminhados ao Ministério Público Militar e o militar, liberado”, disse a corporação.

O CBMDF segue acompanhando o caso com os setores responsáveis. “A corporação reitera que prima pela conduta ilibada e exemplar de seus militares, pautada pelos regulamentos e pelos pilares que norteiam a instituição. Afirma ainda que segue empenhada em investigar quaisquer denúncias de irregularidades e em garantir que medidas adequadas sejam tomadas”, finalizou.

A reportagem pediu uma manifestação por parte da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Não houve respostas até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto e será atualizado.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/video-pm-tenta-tomar-celular-de-coronel-do-cbmdf-durante-abordagem

PF vê suspeita de corrupção e vazamentos em 14 processos do STJ

e0110 A Polícia Federal apontou suspeita de irregularidades e possíveis crimes em ao menos 14 processos no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ainda não descartou o envolvimento de ministros no esquema. Já foram pedidos a prisão de um lobista e o afastamento de cinco servidores.

O que aconteceu

O delegado Marco Bontempo listou os processos suspeitos ao determinar a operação da PF. A investigação teve como base análise feita pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de diálogos encontrados no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023 em Mato Grosso, além de sindicâncias internas do próprio STJ.

A investigação foca em processos nos gabinetes dos ministros Isabel Gallotti, Nancy Andrighi e Og Fernandes. A operação foi autorizada em novembro de 2023. Com anuência do ministro Cristiano Zanin, do STF, foi preso o empresário e lobista Andreson Gonçalves e foram afastados da função três dos cinco servidores do STJ listados pela PF.

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  1. REsp 1.584.111/MT - Processo envolvendo uma disputa de terra entre duas famílias em Mato Grosso. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  2. REsp 1.829.667/MT - Processo da DuPont do Brasil contra cliente de Zampieri. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  3. AREsp. 538382/SP - Processo de cliente contra o banco Nossa Caixa. Suspeita de exploração de prestígio e violação de sigilo funcional
  4. AREsp 1376384/RS - Processo de cliente contra o banco Santander. Suspeita de exploração de prestígio e violação de sigilo funcional
  5. AREsp. 1.714.650/MT - Processo do Bradesco contra empresário envolvendo contrato de fazenda em MT. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  6. AREsp. 1.553.735/MT - Processo do Bradesco contra empresário envolvendo posse de fazenda em MT. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  7. AREsp. 1.573.661/MT - Processo de empresa agropecuária de MT contra cliente de Zampieri. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  8. AREsp. 1.712.679/MT - Processo de empresa agropecuária de MT contra cliente de Zampieri. Suspeita de violação de sigilo funcional.

Gabinete da ministra Nancy Andrighi

  1. Agint no CC n. 171855/MS - Processo envolvendo a J&F. Suspeita de violação de sigilo funcional
  2. CC n. 178847/MT - Processo envolvendo agropecuária de MT. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  3. AREsp. N. 1.896.587/MT - Processo envolvendo disputa por compra de imóvel entre empresários de MT. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional
  4. AREsp. 2316630/MT- Processo envolvendo disputa de empresa de MT. Suspeita de violação de sigilo funcional
  5. AREsp. 2336672/MT - Processo envolvendo disputa de empresa de MT. Suspeita de violação de sigilo funcional

Gabinete do ministro Og Fernandes

  1. PBAC n. 10/DF - Processo da Operação Faroeste, que mirou esquema de corrupção no Tribunal de Justiça da Bahia. Suspeita de corrupção e violação de sigilo funcional

Investigadores também não identificam quem teria pagado pelas decisões. Apontado com figura central no esquema, o lobista Andreson Gonçalves é o único suspeito de envolvimento em irregularidades em todos os 14 processos listados. Representação da PF junta mensagens que indicam pagamentos de até R$ 250 mil para servidores que teriam auxiliado o grupo criminoso, mas o delegado do caso não avança sobre os supostos pagamentos.

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Empresário é o único preso até o momento. Ele não é formado em direito e, em sua empresa de transportes, a PF encontrou em novembro um notebook com documentos de decisões do STJ. O computador foi apreendido e levado para perícia. Sua esposa, Mirian Gonçalves, é advogada e foi alvo de buscas na operação. Ela teve o celular apreendido. Procurada, a defesa do casal não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Decisão pronta antes chegar a ministro

Em julho de 2020, Andreson encaminha uma minuta de decisão do ministro do STJ João Otávio Noronha. O documento indicava que um recurso do Bradesco contra um cliente de Zampieri seria negado.

O processo, porém, foi redistribuído para a ministra Isabel Gallotti antes de Noronha analisá-lo. Ela acabou decidindo o caso somente em setembro daquele ano, negando o recurso do Bradesco, mas, dois dias antes da decisão, Andreson já havia compartilhado a minuta com Zampieri.

Disputa milionária. Processo envolvia uma disputa entre o banco e um empresário pelo terreno de uma fazenda em Mato Grosso. O empresário adquiriu um terreno que havia sido alienado para o banco antes da venda e acusava a instituição financeira e os vendedores de terem dado um "golpe" nele em ação movida na primeira instância. O Bradesco pediu ao STJ para ser excluído da ação, o que não foi atendido em 2020.

O processo, porém, acabou sendo extinto em 2023. A Justiça de Mato Grosso acatou o argumento apresentado pelo banco de que o empresário não poderia questionar a alienação feita antes da venda. Apesar de não aparecer formalmente no processo, Zampieri indica em trocas de mensagens ter interesse na causa por parte do empresário e a PF aponta que a decisão atendeu ao interesse de Zampieri.

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A minuta de decisão (não assinada), enviada por Andreson, coincide exatamente com a decisão efetivamente proferida pela ministra Isabel Gallotti, fato esse que foi notado pelos interlocutores ('até a vírgula é igual'). Além disso, a decisão proferida atende aos interesses do advogado Roberto Zampieri, porquanto nega provimento ao recurso interposto pelo banco Bradesco.
Trecho da representação da PF

Lobista falou em condenação mesmo com processo adiado

Em outro processo, a multinacional Du Pont recorreu ao STJ contra um cliente de Zampieri. Um empresário do setor agrícola conseguiu na Justiça estadual de Mato Grosso indenização por prejuízo em safra após utilizar um agrotóxico da Du Pont que não teria matado as pragas.

A empresa tentou questionar a condenação no STJ. Em março de 2020, antes de o caso ir a julgamento, Andreson foi cobrado por Zampieri para acompanhar o processo, pois os "honorários" já teriam sido pagos. O lobista responde ao advogado que a condenação seria mantida.

O julgamento acabou adiado devido à pandemia de covid-19, mas foi como lobista havia previsto. Em 20 de abril, a Quarta Turma do STJ rejeitou, por unanimidade, o recurso da Du Pont e manteve a condenação em uma sessão virtual. Depois disso, diálogos mostram Andreson cobrando o pagamento de Zampieri.

R$ 19 milhões para lobista em processo entre J&F e Eldorado

A PF cita ainda um processo envolvendo a holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Como revelou o UOL em outubro, nesse processo Andreson afirmou a Zampieri ter recebido R$ 19 milhões, sem explicar de qual parte. Zampieri não aparece como advogado de ninguém no processo.

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Caso trata de disputa de R$ 600 milhões envolvendo a Eldorado Celulose. Um grupo de Mato Grosso do Sul tentava anular, no Tribunal de Justiça do estado, aquisições da Eldorado que diluíram sua participação acionária na empresa.

A J&F, por sua vez, argumentava que caso deveria ser analisado na Justiça de São Paulo. A tese acabou sendo vencedora após a ministra Nancy Andrighi dar decisão mandando o caso ser julgado em São Paulo.

Andreson antecipou voto da ministra cinco dias antes de o processo ir a julgamento. Ele enviou documento a Zampieri em 13 de agosto de 2020. O caso foi julgado no dia 18 daquele mês.

J&F negou irregularidades e chamou o caso de "simples". "O conflito de competência foi suscitado pelo próprio TJ-MS, e não pela J&F. A Segunda Seção do STJ referendou a decisão citada de forma unânime, por 9 votos a zero, definindo a competência para julgamento da ação em São Paulo. Tratava-se de um caso simples: o contrato em disputa, o acordo de acionistas e a sede da empresa indicavam que o foro competente para o julgamento era a Justiça paulista. Posteriormente, a J&F venceu o processo em todas as instâncias. A J&F foi representada pelos advogados devidamente constituídos e nunca autorizou qualquer terceiro não constante dos autos a representá-la", afirmou a empresa, em nota.

Outro lado

Reportagem questionou os três ministros cujos gabinetes são investigados. Até a última atualização deste texto, apenas a ministra Nancy Andrighi encaminhou resposta e disse que já prestou esclarecimentos sobre os processos mencionados. Ela afirmou ainda que os processos de responsabilização dos servidores envolvidos nos episódios estão em andamento.

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O Bradesco disse que não comenta processos no Judiciário e que respeita as leis. A reportagem também entrou em contato com a Du Pont, mas ainda não obteve retorno.

O gabinete da Ministra Nancy Andrighi registra que já prestou informações à imprensa, no ano de 2024, sobre os processos apontados na reportagem e que os processos de responsabilização encontram-se em andamento, a fim de que os fatos sejam devidamente esclarecidos e os responsáveis punidos de forma exemplar.
Nota do gabinete da ministra Nancy Andrighi

O Bradesco não comenta os casos que estão sob apreciação do Poder Judiciário e reitera seu compromisso incondicional com a ética, a transparência e o respeito às leis e diretrizes que regem suas atividades.
Nota da assessoria de imprensa do Bradesco

Fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/01/09/pf-ve-suspeita-em-14-processos-do-stj-e-nao-descarta-chegar-a-ministros.htm

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