Padre se recusa a falar nome de bebê em batismo no Rio

e0829 “O padre chamou a minha sogra e disse que não falaria o nome da nossa filha porque não era cristão. Depois, na sacristia, ele disse que estava ligado a um culto religioso e que, por isso, não falaria. Ele sugeriu usar Maria antes, mas não aceitamos”, contou.

Durante o momento central do batismo, quando o padre derrama a água na cabeça da criança e costuma dizer “eu te batizo, [nome]”, a família afirma que o nome não foi mencionado.

Significado do nome

Os pais, Marcelle e David Fernandes, dizem que a escolha do nome foi feita com cuidado.

“Queríamos algo forte, com significado importante. Yaminah significa justiça, prosperidade, direção. É um nome muito bonito, não havia necessidade disso acontecer”, disse a mãe.

O Código de Direito Canônico da Igreja Católica recomenda que os pais evitem nomes “alheios ao sentido cristão”, mas especialistas explicam que isso não pode impedir o batismo.

“Desde a década de 1980 não é obrigatório ter um nome de santo. Qualquer pessoa pode ser batizada com qualquer nome”, afirma Rodrigo Toniol, professor de Ciências Sociais da Religião da UFRJ.

A Arquidiocese do Rio disse em nota que o sacramento foi realizado corretamente e que o nome da criança não é citado em todos os momentos da celebração, apenas em pontos específicos da liturgia. O texto afirma ainda que padres podem oferecer orientações pastorais sobre nomes, mas que essas sugestões são apenas aconselhativas.

A família registrou ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, classificando o caso como preconceito por raça, cor ou religião. A Arquidiocese reforçou que repudia qualquer forma de discriminação e reafirmou o compromisso com o acolhimento, o diálogo e o respeito à diversidade cultural.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/08/27/video-mostra-padre-evitando-dizer-nome-de-bebe-durante-batismo-no-rio-de-janeiro.ghtml

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