A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a terceira fase da Operação Reação em Cadeia, nesta quinta-feira (2/10), contra esquemas de fraudes em concursos públicos. A coluna apurou que, entre os presos, está o policial penal Anderson Hilário Alves, apontado como beneficiário direto do esquema que burlou a lisura do certame da Polícia Penal do DF.
Anderson Alves é acusado de ter fraudado o processo seletivo que lhe garantiu a aprovação. Segundo as investigações, ele está entre os candidatos que teriam se beneficiado de métodos ilícitos para garantir vaga em um concurso de alta concorrência. Atualmente, segundo o portal da transparência do Governo do Distrito Federal, o suspeito recebe salário bruto de R$ 10.068.
Conforme apuração da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor), candidatos aprovados de forma fraudulenta chegaram a tomar posse em cargos estratégicos da segurança pública, colocando em risco a credibilidade do sistema. A operação teve apoio do Ministério Público do DF, da Diretoria de Inteligência Penitenciária (DIP/SEAPE-DF) e da Polícia Civil de Pernambuco.
Os investigadores afirmam que a quadrilha responsável pela fraude atuava de maneira estruturada, oferecendo vantagens indevidas a candidatos e manipulando o resultado de certames. Só nesta fase, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, atingindo tanto o Distrito Federal quanto a região metropolitana do Recife.
O policial penal e os demais alvos poderão responder por fraude a certame de interesse público, falsificação de documento público e organização criminosa, crimes que, somados, podem render até 20 anos de prisão.
A Operação Reação em Cadeia é um desdobramento de apurações que começaram ainda durante o concurso da Polícia Penal. Informações iniciais foram repassadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF, levantando suspeitas sobre candidatos que teriam usado meios ilegais para garantir a aprovação.