Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco", eram responsáveis por comandar o esquema do PCC no setor de combustíveis e foram para lista vermelha da Interpol por estarem foragidos
A Interpol incluiu os nomes de oito foragidos da megaoperação contra o PCC na lista de difusão vermelha. Na prática, a inclusão permite que os suspeitos sejam localizados pelas polícias de 196 países-membros da maior organização policial do mundo.
Difusão Vermelha, também conhecida como "lista vermelha" é um mecanismo internacional para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais.
Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.
O pedido de inclusão foi feito pela Polícia Federal, que também investiga se o vazamento de informações atrapalhou o cumprimento de mandos de prisão.
Ao todo, a Justiça Federal expediu 14 mandados de prisão preventiva e apenas seis suspeitos foram presos.
O número de pessoas incluídas na lista de Difusão Vermelha pode ser superior àquele divulgado publicamente no site da Interpol, atualmente constam 75 brasileiros.
Por razões estratégicas e de inteligência policial, determinados nomes não ficam disponíveis publicamente, apenas para as polícias, como foi o caso da deputada federal Carla Zambelli.
Quem são os foragidos?
Entre os foragidos estão os principais suspeitos de comandar a rede criminosa que contaminou o setor de combustíveis: Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco".
- Mohamad Hussein Mourad, conhecido como "João", "Primo" ou "Jumbo": é apontado como "epicentro" do esquema pelo MP;
- Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco": considerado pelos investigadores como "colíder" da organização criminosa;
- Daniel Dias Lopes: chamado de "pessoa chave" na organização criminosa por ter ligação com distribuidoras de combustíveis de Mohamad;
- Miriam Favero Lopes: esposa de Daniel e sócia de empresas ligadas ao esquema;
- Felipe Renan Jacobs;
- Renato Renard Gineste;
- Rodrigo Renard Gineste;
- Celso Leite Soares.
O grande número de foragidos na operação foi classificado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, como "uma certa estranheza". Ele afirmou que o resultado não segue o padrão de efetividade da corporação.