Servidores da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do DF (DF Legal) são alvos de umaoperação desencadeadapelaPolícia Civil do Distrito Federal (PCDF)na manhã desta quarta-feira (30/8). Eles são acusados de corrupção passiva elavagem de dinheiro.As investigações apontam que os fiscais do órgão recebiam propina para retardar procedimentos em curso.
A operação Olhos Vendados é coordenada pela Delegacia de Repressão à Corrupção, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Drcor/Decor). Os policiais civis cumprem oito mandados de busca e apreensão nas residências dos fiscais, sendo sete em cidades do DF (Guará, Sobradinho, Águas Claras, Taguatinga, Vicente Pires) e um em Januária, norte de Minas Gerais.
A investigação, iniciada no ano de 2021, visa apurar a atuação de organização criminosa formada por servidores públicos do DF Legal. De acordo com a apuração policial, além de receberem dinheiro para retardar os procedimentos, os fiscais eram pagos para evitar a aplicação de multas e fiscalização a vários empresários.
Os servidores teriam recebido quase R$ 2 milhões em propina por meio de depósitos em dinheiro, transferências feitas por empresas e por empresários, sem qualquer justificativa lícita aparente.
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa, integrar organização criminosa e lavagem de capitais, e caso condenados podem pegar até 30 anos de prisão. As investigações contaram com o apoio da Secretaria Executiva de Inteligência e Compliance do DF Legal e da Polícia Civil de Minas Gerais, na cidade de Januária.
Participaram da ação de hoje cerca de 60 policiais do Decor.
Em nota, a DF Legal disse que confia no trabalho da PCDF e que tem colaborado com a investigação. "A Secretaria DF Legal informa que confia no trabalho da Policia Civil do Distrito Federal (PCDF) e que tem colaborado, por meio da Secretaria Executiva de Inteligência e Compliance, nas investigações para apurar os indícios de irregularidade encontrados desde o primeiro momento. O trabalho da secretaria é pautado pela ética e transparência e esta pasta não coaduna com qualquer tipo de ilícito que seja praticado por servidores. A DF Legal destaca, ainda, que afastou os servidores investigados até que as apurações sejam concluídas", diz a nota.