Um perito do Instituto Médico Legal (IML) foi preso após sugerir a um delegado que eles transferissem dinheiro do celular de uma estudante de medicina que morreu em Mineiros, no sudoeste do estado, para a conta dele.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito contou ao delegado, enquanto jantavam em uma pizzaria, que havia mexido no celular da estudante e sugeriu que eles se apropriassem do dinheiro que estava na conta dela.
(CORREÇÃO: O g1 errou ao informar que o perito foi preso por furtar o celular da estudante de medicina morta e transferir dinheiro da conta dela para a dele. O profissional foi preso após sugerir ao delegado que eles transferissem dinheiro do celular de estudante e se apropriassem do montante. A informação foi corrigida às 19h41 desta sexta-feira.)
Como não teve o nome divulgado, o g1 não conseguiu contato com a defesa do perito. Em nota, a Polícia Técnico Científica informou que o servidor foi afastado de suas atividades e que o caso está em âmbito criminal. A nota afirma ainda que os fatos serão apurados pela corregedoria da polícia e que não tolera nenhuma conduta ilícita de seus integrantes.
A prisão aconteceu na última quinta-feira (5). Segundo a polícia, enquanto comiam, o delegado e alguns peritos do IML começaram a conversar sobre a morte da estudante e que, durante o assunto, o suspeito informou que mexeu no celular da vítima. Ainda durante a conversa, o perito informou ao delegado que a vítima tinha R$ 6 mil e perguntou se seria errado fazer a transferência do valor para eles.
Ainda segundo os relatos, o delegado informou que o ato era ilegal e que o dinheiro deveria ser destinado aos familiares da vítima. Após a conversa, o investigador, juntamente com outro agente policial, foram até o IML e pediram para que o perito mostrasse o celular da vítima e suas contas bancárias, momento em que constaram ter apenas o valor de R$ 1 mil na conta.
"Eu só vou saber se ele realmente fez as tranferências quando a juíza me autorizar a mexer no celular", disse Thiago Escandolhero, delegado responsável pelo caso.
O suspeito foi conduzido à delegacia e recebeu voz de prisão por corrupção ativa, por oferecer vantagem indevida a um funcionário público, nesse caso, ao delegado. Se comprovado que houve as tranferências do dinheiro da estudante para ele, o servidor poderá responder pelo crime de peculato. O perito foi afastado de suas funções no IML.