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Quanto mais eu vejo, mais eu me assombro.

Um período nebuloso circunda nossa república, num momento em que
conseguimos provocar inveja nas maiores democracias mundiais, bem como nas
piores ditaduras, tudo isso simultaneamente.

Daniel Ferreira/MetrópolesParece surreal,mas a chamada corresponde perfeitamente à realidade brasileira, principalmente
nesse momento nefasto em que vivemos. Mas sejamos sinceros, esses contrastes assombram
nossa jovem democracia desde o seu surgimento.
Não tenho nenhum intuito de falar de forma partidária, embora seja filiado a um partido
político; falido e sem representatividade, mas não posso negar essa condição, assim como vou
tentar ser neutro nas análises, mas confesso que tenho posições ideológicas que foram
totalmente destruídas pelos fatos que se seguiram no decorrer da minha vida.
Um roqueiro brasileiro cantou para todo o Brasil “Meus heróis morreram de overdose... Os
meus inimigos, estão no poder....”
Antigo né? será?
Em 1990, na primeira eleição da nova democracia brasileira milhões de brasileiros levaram para
o segundo turno das eleições presidenciais um conhecido sindicalista, ex metalúrgico e
deputado federal, que refletiu na época a esperança de uma significativa parte de brasileiros que
ansiavam por mudanças.
Fatidicamente, o escolhido naquela eleição fez um governo infeliz, que afundou nosso país
ainda mais na hiper-inflação, e nos planos econômicos mais esdrúxulos, o que culminou num
vergonhoso impeachment, que o levou a dar aulas de ciência política em Harvard, mas o Brasil
mergulhou ainda mais em sua eterna crise.
O candidato metalúrgico disputou ainda duas eleições presidenciais, para finalmente em 2002
cair nos braços do povo, que enfim entrava em uma nova era, o momento de rompimento com a
velha política e as velhas práticas que levaram o Brasil à bancarrota. Será?
Nosso país desde os primórdios herdou de Portugal a prática de corrupção, como bem descreveu
em seu depoimento um ex diretor da Petrobras, preso nas primeiras fases da operação lava jato;
mas um dia acreditamos que tudo mudaria; inocência pura de mentes juvenis que com o
amadurecimento percebem o equívoco.
A democracia Brasileira viu ascender ao poder um playboy, um cientista político, um
sindicalista e ex metalúrgico, uma ilustre desconhecida; e agora um Capitão do Exército
Brasileiro, isso sem contar os vices... que pelos processos oriundos da nossa estranha
democracia chegaram ao poder, mas isso é uma outra história.
Tudo parecia muito bem, até que uma operação conduzida por um certo juiz, defensor dos
fracos e oprimidos, combatente do crime organizado e da corrupção, balançou o país a partir de
2014. Empreiteiros, lobistas, doleiros, deputados corruptos, senadores corruptos e até um ex
presidente foram presos. Sim, àquele em quem eu depositei em três eleições o meu voto, e por
quem eu literalmente briguei várias vezes; o qual foi preso por receber favores de empreiteiros
em troca de favorecimentos em grandes contratos com o governo.
Até aí tudo parece normal, afinal uma democracia permite tudo isso:
- uma grande diversidade de pessoas ascendendo a presidência da república.
- Operações policiais com grandes nomes do país indo para a prisão.
- Liberdade de ação do judiciário, ministério público e das policias.

Parece que, apesar de todas as crises econômicas e de todas as desilusões que fazem parte desse
árduo caminho, estamos nos desenvolvendo como democracia. Estamos mesmo¿
Talvez eu não tenha contado tudo. A nossa democracia para ser chamada assim, carece de algo
muito importante, que desde o seu princípio até hoje ela ainda não adquiriu; o que nos leva a ser
comparados com as piores ditaduras do planeta: a impessoalidade.
Isso mesmo, impessoalidade. Um dos princípios da administração pública consagrado em nossa
constituição cidadã, em uma das milhares de emendas que ela recebeu.
Impessoalidade que deveria levar aos principais cargos de gestão não elegíveis desse país os
nomes mais qualificados tecnicamente, com caráter e conduta indiscutíveis.
Impessoalidade que deveria ser guiada pela meritocracia.
Impessoalidade inexistente desde os primórdios da história registrada do nosso jovem país.
Não vou aqui abordar a indicação do padre Diogo Feijó, no evento da saída da família real
portuguesa do nosso território em 1808, mas agora em nossa nova e jovem democracia a
indicação de um advogado de um grande partido político para uma das cadeiras do Supremo
Tribunal Federal. Ah.... tem um outro advogado de porta de cadeia que assumiu também a
última vaga do mesmo STF!
Impessoalidade que recentemente invadiu nossas mídias de todas as espécies noticiando a
possível indicação do filho da... ou filho do presidente para a vaga de embaixador do Brasil
nos Estados Unidos.
Prezados leitores, sei que já me estendi demais, e que até para mim o texto parece desconexo,
deve ser o Whisky, mas como sobreviver a tantas incoerências sem uma dose mínima de
sanidade trazida por um gole da nobre bebida escocesa fabricada em nossa industria nacional.
Vamos pensar nisso, que não seja apenas a reflexão do GALO VÉIO.

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