Juiz autoriza empréstimo de provas para desvendar saque na boca do caixa na Assembleia

n0203 Seis anos depois do pedido ser protocolado por um grupo de advogados, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, autorizou o empréstimo de provas que pode desvendar o saque acima de R$ 100 mil na boca do caixa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A investigação da Polícia Federal pode desvendar os beneficiários pelo Mensalão Pantaneiro, como ficou conhecido o pagamento de propina para políticos e autoridades.

Desde a deflagração da Operação Uragano, em meados de 2010, um grupo de advogados luta na Justiça para punir os envolvidos no suposto esquema milionário de desvios de recursos públicos por meio do legislativo. No entanto, eles não conseguiram quebrar o sigilo bancário da Assembleia.

Apesar da quebra do sigilo ter sido decretada em primeira instância, a medida foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A alternativa foi solicitar os dados revelados pela quebra do sigilo da Assembleia no inquérito 704/MS, determinada pelo Superior Tribunal de Justiça. O pedido foi feito no dia 21 de fevereiro de 2019.

Em despacho publicado na sexta-feira (31), o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa autorizou o empréstimo das provas, mas o grupo de advogados, capitaneado por Jully Heyder da Cunha Souza, Carmelino Rezende e Celso Pereira, entre outros, terá que descobrir onde o processo se encontra.

“De modo que não há óbice ao compartilhamento da prova no mesmo realizada (quebra de sigilo bancário da Assembleia Legislativa, do falecido Ary Rigo e do ora requerido Miguel Vieira da Silva). Antes, todavia, de se oficiar solicitando o compartilhamento da prova produzida no inquérito criminal nº 704/MS relativa a esses fatos, os requerentes deverão indicar o número atual do referido procedimento na Justiça Estadual, uma vez que em consulta ao processo no site do Superior Tribunal de Justiça constata-se que o ministro relator declinou da competência para processar e julgar o feito à Justiça Estadual de primeiro grau, determinando a remessa dos autos”, ponderou o magistrado.

A decisão põe o grupo de defensores diante de outro grande desafio, encontrar o processo em alguma vara criminal da Capital ou no Tribunal de Justiça. Diante dos últimos escândalos do judiciário, muitos deverão acreditar que será mais fácil o grupo passar um camelo pela agulha do que encontrar o processo de corrupção revelado na Operação Uragano.

“Deferido também o compartilhamento da prova produzida no processo disciplinar que tramitou perante o Conselho Nacional do Ministério Público sob o nº 0.00.000.001207/2012 pelos mesmos fundamentos expostos no item I”, determinou Corrêa, sobre o procedimento que levou ao CNMP recomendar a demissão (decisão nunca cumprida) do ex-chefe do MPE, Miguel Vieira da Silva.

Escândalo impune

Em um dos vídeos gravados pelo jornalista Eleandro Passaia, o então tesoureiro da Assembleia Legislativa, Ary Rigo, revelou que o legislativo pagava R$ 2 milhões por mês ao então governador, André Puccinelli (MDB), R$ 6 milhões aos deputados estaduais, R$ 900 mil aos desembargadores do TJMS e R$ 300 mil a Miguel Vieira.

Para advogados, empréstimo de provas pode ajudar a desvendar os pagamentos. “Visa a presente ação a invalidade de atos ilícitos e a consequente condenação dos responsáveis à restituição de valores pagos indevidamente pelos cofres da Assembleia Legislativa que – segundo depoimento do seu Tesoureiro à época – tratava-se de pagamentos fruto de ato de corrupção”, alegaram.

Ariovaldo Nantes Corrêa autorizou empréstimo de provas (Foto: Arquivo)

“Como os valores de que se trata saíram, segundo noticiou seu Tesoureiro, dos cofres da Assembleia Legislativa, é evidente que se torna indispensável para uma fiel apuração dos fatos – e para a instrução da causa – visando a responsabilização dos beneficiários, que sejam apresentados todos os dados da contabilidade e da conta bancária daquela Casa de Leis para confrontação com a legalidade dos saques e pagamentos”, alertaram.

O escândalo deve completar 15 anos neste ano sem qualquer punição e marcado pelo êxito na estratégia de evitar a quebra do sigilo da Assembleia Legislativa.

Fonte: https://www.ojacare.com.br/2025/02/02/juiz-autoriza-emprestimo-de-provas-para-desvendar-saque-na-boca-do-caixa-na-assembleia/#google_vignette

‘PCC está influenciando políticas públicas para sistema carcerário’, diz promotor que denunciou ONG

n01311 BRASÍLIA - O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) Lincoln Gakiya, de 57 anos, dedicou os últimos vinte anos de sua vida a combater a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC. Titular da Promotoria de Justiça de Presidente Venceslau (SP) desde 1996, onde está presa parte da cúpula do PCC, Gakiya já foi alvo de várias ordens de execução por parte da facção. Ele e a família vivem sob pesada proteção policial 24 horas por dia, sete dias por semana.

Na segunda-feira (27), Gakiya ofereceu à Justiça denúncia contra 12 pessoas investigadas na operação Fake Scream, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP. A investigação mirou a ONG Pacto Social & Carcerário de S.P, que, segundo a apuração, foi criada, financiada e prestava contas de suas atividades para o PCC. Como mostrou o Estadão, a presidente da ONG, Luciene Neves Ferreira, esteve em Brasília e participou de reuniões nos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, além do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Depois das investigações da Fake Scream, Gakiya diz não ter dúvidas sobre a existência do soft power das facções criminosas no Brasil. A expressão em inglês que designa a busca por influência e poder político sem o uso da violência.

Ao Estadão, Gakiya revela que há indícios de influência do PCC sobre outras ONGs e avalia que a facção já exerce influência sobre a política prisional. “(Os faccionados) estavam atingindo o objetivo deles, que era o de influenciar as políticas públicas nessa área do sistema carcerário”, diz. Segundo o promotor, não há até o momento indícios de que as autoridades que receberam a ONG em Brasília — inclusive no Ministério da Justiça – soubessem da ligação do grupo com o PCC. Os representantes do governo Lula foram “inocentes úteis”, diz Gakiya.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

A gente pode dizer que já existe um soft power do crime organizado?

Com certeza. Não tenho dúvida nenhuma a respeito disso. E acredito que outras ONGs… Numa entrevista a jornalistas sobre a Fake Scream, me perguntaram se estávamos querendo criminalizar as ONGs. Não estamos, de forma nenhuma. A gente apenas quer evitar que o crime organizado se utilize das ONGs para fazer denúncias infundadas, para atuar junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

E, assim como essa, outras (ONGs) vão eventualmente acabar aparecendo também. A gente não vai revelar nada, mas já temos conhecimento de pelo menos uma outra ONG que também estaria ligada ao PCC, nessas manifestações contra a opressão no sistema carcerário.

O diretor do documentário O Grito, que deu nome à operação Fake Scream, viajou com passagens pagas pelo PCC. É uma manifestação desse soft power?

Nós tivemos conhecimento desse fato (o pagamento das passagens) graças às investigações sobre a morte do (delator e empresário) Vinícius Gritzbach. Estamos acompanhando esse caso porque ele era um réu delator meu, inclusive, no Ministério Público. Quando se quebrou o sigilo do Kauê (do Amaral Coelho), que é aquele integrante do PCC, hoje foragido, que estava no aeroporto de Guarulhos como “olheiro”, para orientar os autores (dos disparos) sobre a saída do Gritzbach, se verificou que ele fez o pagamento para a viagem do diretor do documentário O Grito.

Fica comprovado que havia total interesse do PCC por trás da ONG, e de dar voz às suas manifestações. Utilizaram advogados (antes) e dessa vez usaram essa ONG com bastante sucesso. Chegou a ter um documentário (O Grito), com participação da ONG, e viagens de dirigentes da ONG a Brasília, onde tiveram contatos com deputados, com integrantes do Ministério da Justiça, da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais). Isso mostra que estavam atingindo o objetivo deles, que era o de influenciar as políticas públicas nessa área do sistema carcerário.

Na denúncia da operação Fake Scream, o senhor menciona um suposto “Plano ONG” do PCC, descoberto anteriormente. Do que se trata?

Durante a Operação Ethos (de novembro de 2016), coincidentemente conduzida por mim e pela Polícia Civil, nós miramos o chamado “Setor dos Gravatas” do PCC. Ali conseguimos a condenação de 39 advogados que serviam de mensageiros para o crime organizado, que não tinham nenhuma atuação jurídica. Esses advogados, já em 2016, cuidavam do “Setor da Saúde” do PCC. Eles ficavam a cargo de coordenar esse setor, que nada mais era do que fazer o contato com médicos e dentistas, entre outros, para atendimento particular de alguns presos.

No bojo das conversas que nós apreendemos, das conversas desses advogados, já se mencionava o “Projeto ONG”. A gente não sabia exatamente o que eles pretendiam com isso, mas imaginávamos que seria a criação de uma organização que pudesse defender os interesses da facção. Agora, com a operação Fake Scream, descobrimos que a ONG Pacto Social & Carcerário serve a essa finalidade.

Então você vai verificar lá, por exemplo, a manifestação de intenção da ONG de atuar no julgamento do (ex-guerrilheiro chileno) Maurício Norambuena na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH); isso tudo prestando contas aos presos da PII (a Penitenciária II de Presidente Venceslau, em São Paulo). As manifestações eram gestadas de dentro para fora das unidades prisionais. Os próprios presos do PCC é que determinavam para a ONG a realização dessas manifestações.

Dentre as documentações que vão aparecer aí, nas investigações, não há só a figura de um deputado federal, mas tem também vereadores, para os quais esses supostos dirigentes da ONG trabalhavam. Geraldo Sales (vice-presidente) e Luciene (Ferreira Neves, a presidente) eram assessores parlamentares. Mas a gente não viu, na investigação, um envolvimento direto desses políticos aí com o PCC.

Na verdade, eu acredito que eles estavam pensando que era uma organização de defesa dos presos. Esses políticos sempre estiveram ligados a essas causas. Acho que eles, assim como a Senappen do Ministério da Justiça, acabaram por dar voz e apoio a essa ONG sem saber que por trás dela estava o PCC. Nós também viemos a saber disso quando apreendemos os cartões de memória (em setembro de 2021). Ali fica claro que a ONG presta contas ao PCC. A ONG atende às reivindicações do PCC e não tem nenhuma fonte de financiamento: as contas são pagas pelo PCC. Agora, não me parece que essas autoridades tinham conhecimento disso. Foram, vamos dizer, inocentes úteis.

Fnte: https://www.estadao.com.br/politica/promotor-lincoln-gakiya-pcc-esta-influenciando-politicas-publicas-para-o-sistema-carcerario/

Ex-vereadora do PR é condenada a 18 anos de prisão por falsificar listas de crianças em vulnerabilidade social para aumentar lucro de empresas laranja

n0127 A ex-vereadora de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, Flávia Dartora, acusada de falsificar listas de crianças em situação de vulnerabilidade social para empresas laranja dela aumentarem lucros foi condenada a 18 anos de prisão em regime inicialmente fechado, informou o Ministério Público do Paraná (MP-PR). Cabe recurso.

Além de Flávia, o marido dela e outras quatro pessoas denunciadas pelos crimes de organização criminosa, associação criminosa, falsidade ideológica, peculato, fraude a licitação, lavagem de dinheiro, coação no curso do processo e uso de documento falso, também foram condenados na mesma sentença. Veja detalhes das penas mais abaixo.

Os nomes dos demais envolvidos não foram divulgados e o processo tramita em segredo de Justiça. O g1 tenta identificar as defesas dos envolvidos.

De acordo com o MP, as condenações são fruto do que apurou a Operação WO, "que comprovou o envolvimento dos acusados na constituição e administração de empresas de fachada com a finalidade de se apropriarem indevidamente de recursos públicos a partir de fraude a licitações".

Só em 2019, foram desviados mais de R$ 120 mil pelo esquema criminoso, afirmou o MP.

Para todos os condenados também foi determinado o pagamento de multa de valor não informado. Além disso, a vereadora deverá pagar R$ 30 mil de indenização por danos morais, e o marido dela, R$ 50 mil. Outros réus também pagarão, pelo mesmo motivo, R$ 20 mil e R$ 10 mil.

O esquema

A investigação, conforme o MP, apurou que a ex-vereadora - que exerceu o mandato de 2017 a 2020 - e o marido eram os donos de empresas contratadas pela Prefeitura de São Miguel do Iguaçu e para burlar a proibição de contratar com o poder público, utilizaram “laranjas” para a administração dos negócios.

"Uma dessas empresas prestava serviços assistenciais e trabalhava com crianças em situação de vulnerabilidade social. Nesse caso, como a contratada recebia pelo número de crianças atendidas, os envolvidos teriam falsificado a lista de alunos beneficiados para que os valores recebidos fossem superiores aos efetivamente devidos pelo Município", destacou em nota o MP.

O dinheiro proveniente da fraude era repassado ao casal em espécie. Para "disfarçar" os valores, despesas pessoais como serviços de manutenção de piscina, compra de roupas, pagamento de babás e empregadas domésticas que trabalhavam para o casal, eram pagas com os valores em espécie.

As penas

A ex-vereadora Flávia Dartora foi condenada a 18 anos, 2 meses e 12 dias em regime inicialmente e o marido dela a 17 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão, também em regime inicial fechado.

As outras quatro pessoas denunciadas por envolvimento no esquema criminoso, tiveram penas diferentes, segundo o MP:

  • A pena mais alta foi fixada em 16 anos, 1 mês e 12 dias – revertida para 3 anos em regime aberto diferenciado com restrições, por ter a acusada realizado colaboração premiada com o Judiciário.
  • As outras penas foram de 4 anos, 2 meses e 12 dias de reclusão, em regime semiaberto para uma das rés e de 1 ano de reclusão para outras duas, neste último caso, substituída por prestação de serviços à comunidade.

Segundo o MP, a condenação é a primeira obtida judicialmente a partir da denúncia oferecida pelo Ministério Público e que ainda tramita no Judiciário mais uma ação penal fruto também da investigação da Operação WO, relacionada ao enriquecimento ilícito dos envolvidos a partir da constituição de uma pedreira.

Justiça determina afastamento de vereadora de São Miguel do Iguaçu

Fonte: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/01/25/ex-vereadora-parana-condenada-18-anos-prisao-falsificar-listas-criancas-vulnerabilidade-social-para-aumentar-lucro-empresas-laranja.ghtml

Trump obriga servidores a delatar colegas por ações de diversidade em até 10 dias Trabalhadores que perderem prazo 'sofrerão consequências'; medida vale para milhares de funcionários federais nos EUA

n0125 O governo Donald Trump emitiu um comunicado nesta quarta-feira a todos os servidores federais dos Estados Unidos dando um prazo de 10 dias para que denunciem colegas que se recusem a encerrar programas de diversidade.

Essas iniciativas, que têm o objetivo de incentivar maior inclusão no ambiente de trabalho e contratação de minorias, viraram alvo preferencial de apoiadores de Trump durante a campanha eleitoral —principalmente aquelas que estimulavam maior diversidade racial e étnica no corpo de funcionários de empresas e agências governamentais.

O Escritório de Gestão de Pessoas, órgão do governo federal americano que enviou o comunicado, ameaçou funcionários que percam o prazo de "consequências adversas". "Tentativas de disfarçar programas de diversidade utilizando linguagem imprecisa ou cifrada não serão toleradas", afirmou o comunicado.

"Esses programas dividem os americanos por raça, gastam dinheiro do contribuinte e resultam em discriminação vergonhosa", diz o texto, dando a entender que pessoas brancas seriam discriminadas em iniciativas que promovem a contratação de minorias.

Lá Fora

Na terça (21), Trump já havia assinado um decreto acabando com ações afirmativas no governo federal e afastando todos os funcionários contratados em programas de diversidade, abrindo caminho para demissões. O presidente também chamou as iniciativas de discriminatórias e falou em restaurar a contratação "baseada no mérito".

Os programas, conhecidos pela sigla DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), foram alvo de Trump já no discurso de posse, na segunda (20). O republicano disse que lutaria contra tentativas de "fazer engenharia social e incluir raça e gênero em todas as facetas da vida pública e privada. Forjaremos uma sociedade que não vê cor e é baseada no mérito".

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/01/trump-obriga-servidores-a-delatar-colegas-por-acoes-de-diversidade-em-ate-10-dias.shtml

Advogada diz ter sido acusada injustamente de 'subtrair' carrinho de supermercado em São Luís; OAB acompanha o caso

n0120 O caso aconteceu no último dia 10 de janeiro e o relato de Luana também foi publicado por meio de vídeos nas redes sociais (veja o relato acima). A advogada contou que ao fazer compras com o filho no supermercado, o carrinho que eles estariam utilizando desapareceu. Após procurar pelo carrinho por alguns minutos, eles teriam achado em outra parte do supermercado.

Em seguida, um homem apareceu, comentou que o carrinho dele teria sumido e em seguida, ele acusou ela e o filho de terem pegado o carrinho de compras dele. Ela negou que teria feito isso, chegou a relatar que o carrinho dela também havia sumido, entretanto, ele continuou fazendo as acusações.

À advogada, o homem disse que chegou a olhar as câmeras de segurança do supermercado e ele acusou novamente o filho de Luanna de ter pegado o carrinho. Após diversas negativas por parte da advogada, o homem teria percebido que havia apenas um único item em comum com o dele no carrinho de compras da advogada.

"Fomos abordados por um homem que disse que o carrinho dele havia sumido. Eu cheguei a dizer que achava que alguém estaria brincando, já que o meu carrinho também havia sumido. E ai, ele disse logo em seguida que tinha visto uma filmagem que mostrava o meu filho pegando o carrinho dele. E eu neguei tudo em uma boa. O homem disse em seguida que realmente havia só um item em comum com que ele havia comprado e nós saímos de lá", conta a advogada.

 

Segundo Luanna, ela seguiu para o caixa onde realizaria o pagamento dos itens. Nesse momento, ela foi abordada por uma fiscal da loja que, acompanhado do homem que havia a acusado, e relatou novamente que a advogada teria "subtraído" o carrinho dele.

Luanna Lago conta que o homem e o fiscal continuaram insistindo na história e que eles teriam confirmado que o carrinho havia sido "roubado", por meio de imagens de câmeras de segurança.

"Aquilo foi me sufocando de uma forma tão gigante que tomou uma proporção que eu jamais esperaria. De repente eu me vi aos gritos. Eu não queria que as pessoas pensassem que nós estávamos sendo acusados de furto. Eu me vi num desespero muito grande, protegendo meu filho de uma injustiça, de uma acusação falsa. Comecei a gritar, gritei muito", conta.

A advogada afirmou que se sentiu mal por não ter sido ouvida por ninguém da equipe do supermercado, para que a situação pudesse ter sido resolvida da melhor forma. Ela disse que o estabelecimento tinha obrigação de ouvir ela sobre o ocorrido.

"A família que teve todo o apoio era aquela família que tinha tido seu carrinho pegado. E eu nem vou precisar dizer qual a cor da pele deles e não quero fazer essa abordagem para que as pessoas não pensem que estou me vitimando", disse.

De acordo com Luanna, após ela pedir que as imagens fossem analisadas, ficou constatado que o homem que havia a acusado de subtrair o seu carrinho tinha, na verdade, levado o carrinho dela que havia sumido.

"Provamos que estávamos certos e saímos de lá com a cabeça erguida. Em nenhum momento ele admitiu o erro dele. O carrinho que meu filho pegou era o meu carrinho, com as minhas compras, que eu pagaria com o meu dinheiro. Mas nada aquilo interessava, o que interessou pro supermercado foi proteger aquela família. Infelizmente, esse é o Brasil", finalizou.

OAB acompanha o caso

Após o ocorrido, Luanna registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. A expectativa é que ela e o filho sejam ouvidos pela polícia nesta sexta-feira (17).

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA), Érik Moraes, classificou a situação como um ato de racismo.

Erik afirmou que as medidas legais sobre o caso serão tomadas, incluindo a abertura de um inquérito policial, uma queixa-crime junto ao Tribunal de Justiça do Maranhão e um processo de indenização por danos morais.

Chefe do DHPP manda recado à namorada de olheiro do PCC: "Ele te trai"

n0117 A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (16/1), Jackeline Moreira, de 28 anos. Ela é namorada de Kauê do Amaral Coelho, de 29, olheiro do PCC no caso do ass4ssinato do delator Antônio Vinícius Gritzbach, no Aeroporto de Guarulhos, em 8 de novembro do ano passado.

Em coletiva de imprensa, nesta tarde, a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) disse que Kauê trai a atual companheira e mandou um recado à influencer: “Eu gostaria que a Jackeline soubesse que ele [Kauê] tem várias namoradas.”

Na ocasião, acompanhada do delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP), a diretora do DHPP deu detalhes do caso e do envolvimento dos investigados.

“Ela nega que é namorada, diz que foi apenas um encontro casual. Depois do que aconteceu no dia 8 de novembro, o Kauê foi para a casa dela. De lá, eles partiram para um motel, onde passaram a noite. No dia 9, ele entregou o celular dele para ela. Ela diz que não sabia o que ele tinha feito. E então ele desapareceu, e ela diz que só ficou sabendo pela televisão que ele estava no Rio de Janeiro, o que não é verdade”, detalhou Aleixo.

Segundo a delegada, há provas robustas por meio de quebra de sigilo telefônico, conforme cumprimento de ordem judicial. Ela também destacou que Jackeline se mantém disposta a contribuir para as apurações e e está com um advogado enquanto presta depoimento.

 

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