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O PCC e a máfia italiana

Facção criminosa de SP e 'Ndrangheta movimentaram 2 toneladas de cocaína e R$ 1 bi nos últimos dois anos

vd2412Policiais europeus durante mega-operação que prendeu 90 pessoas, em dezembro de 2018, suspeitas de estarem ligadas à máfia italiana

Uma investigação internacional que envolveu esforços de forças policiais de quatro países da Europa durante os últimos dois anos identificou um elo entre a principal máfia italiana, a 'Ndrangheta, e a maior facção criminosa do Brasil, o PCC (Primeiro Comando da Capital), que exporta drogas para outros continentes. A apuração aponta que a máfia e a facção negociam diretamente a exportação da maior parte da cocaína que sai da América do Sul com destino à Europa.

A reportagem do UOL apurou que a PF (Polícia Federal) do Brasil também investiga a ligação da máfia com a facção. A apuração feita na Europa deflagrou uma operação que prendeu 90 suspeitos na Itália no início deste mês. Segundo a investigação, o até então principal líder da máfia italiana, que agia na região sul do país, chegou a viajar para o Brasil duas vezes no início de 2017. Existe também a suspeita de que o principal nome da máfia italiana em liberdade esteja morando em São Paulo e que seja o "correspondente" da 'Ndrangheta na América do Sul.

Segundo as investigações, nos últimos dois anos, foram enviadas para a Europa, a partir de navios que saem dos principais portos do Brasil, cerca de duas toneladas de cocaína, avaliadas em cerca de R$ 1 bilhão. Os principais portos do país de onde há interferência do crime organizado são o de Santos (São Paulo), Salvador (Bahia), Itajaí (Santa Catarina) e o da capital do Rio de Janeiro, segundo investigação da Polícia Civil de São Paulo, que, no início deste ano, concluiu que houve expansão do PCC, de São Paulo para outros estados e países.

A investigação da Polícia Civil baseou denúncia do MP (Ministério Público) no primeiro semestre deste ano, que apontou que o PCC tem se caracterizado de forma mais violenta do que nos últimos anos. Agentes da Abin entrevistados pelo UOL sob anonimato, além de investigações e pesquisas concluídas, apontam que o PCC ficou mais violento, principalmente após a intervenção federal no Rio de Janeiro, no início de 2018, quando a segunda maior facção criminosa do país, o CV (Comando Vermelho), teve de sair do Rio, para outros estados, para atuar de "forma mais livre".

Os arquivos da operação italiana foram obtidos pelos jornalistas Cecilia Anesi e Giulio Rubino, do projeto IRPI (Projeto de Jornalismo Investigativo da Itália, na sigla em inglês) e publicados inicialmente através da OCCRP (Projeto de Jornalismo sobre Crime Organizado e Corrupção, na sigla em inglês). São 2.070 páginas de investigação, que apontam como a 'Ndrangheta movimentou milhões de euros traficando cocaína desde a América do Sul. Em reportagem conjunta com o UOL, a relação entre a máfia italiana e o PCC é revelada com detalhes pela primeira vez.

Divulgação/Polícia da Itália Divulgação/Polícia da Itália

Durante uma interceptação telefônica feita pela polícia da Itália, em dezembro de 2016, Domenico Pelle, 26, apontado como o chefão da máfia italiana, e Giovanni Gentile, seu aliado no clã, falam sobre uma remessa de 17 kg de cocaína que viria do Brasil, mas que foi apreendida pela polícia no porto de Gioia Tauro, o maior de cargas da Itália.

Na conversa, quando Pelle descobre que a carga foi apreendida, pergunta a Gentile se os fornecedores brasileiros eram confiáveis. Gentile responde passando a Pelle um perfil do fornecedor no Brasil. Segundo ele, trata-se de um cidadão boliviano, "negro", chefe de um grande grupo de venda de drogas, que estava foragido da polícia brasileira e que exportava ao menos 4 toneladas de cocaína por mês.

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) acredita que o cidadão boliviano, na verdade, é um brasileiro, que mora na Bolívia, e que, constantemente, viaja ao Brasil para negociar drogas: Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido no PCC como Fuminho. Ele é braço direito do líder máximo da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e apontado, atualmente, como o principal nome do crime organizado paulista em liberdade.

Gentile também afirmou a Pelle que o fornecedor brasileiro riu da perda dos 17 kg de cocaína e garantiu que o membro da facção que errou na remessa seria punido. Depois de passar a "ficha" do fornecedor brasileiro, Gentile convence Pelle a organizar um novo carregamento. Desta vez, com a ajuda de um homem italiano, que estaria baseado em São Paulo, chamado Gianni e conhecido pelos dois como Killer.

Getty Images/iStockphoto

Gianni, ou Killer, passou a fazer uma ponte entre os fornecedores brasileiros e a máfia italiana. Segundo a apuração da força-tarefa policial europeia, Gianni se apresenta no Brasil como empresário e teria uma loja de toalhas na capital paulista, que seria utilizada como fachada. A investigação italiana não conseguiu descobrir a identidade de Gianni (que pode ser um diminutivo de Giovanni) nem qual seria o comércio usado pelos suspeitos.

Mas uma das escutas telefônicas interceptadas na Itália aponta o perfil de Gianni. Pelle afirmou ao telefone, a Gentile, que Gianni é "bonito, alto e em forma". "Ele não bebe, não fuma e poderia até ser um agente disfarçado da DEA (órgão de combate às drogas da polícia dos Estados Unidos". Pelle e Gentile passaram a confiar em Gianni, segundo a investigação.

No início de janeiro de 2017, Gianni organizou um encontro, em São Paulo, entre Pelle e os fornecedores de drogas brasileiros. Pelle chegou ao aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana, utilizando um passaporte falso. Durante sua permanência no Brasil, ele teve de usar um telefone celular criptografado, com outro microfone instalado, sem câmera, nem GPS.

Por isso, a polícia italiana não conseguiu ouvir as conversas de Pelle enquanto ele esteve em São Paulo. Ao voltar para a Itália, ele afirmou em uma ligação grampeada que teve "coragem" ao negociar com os brasileiros.

"Ele [o traficante brasileiro] me perguntou: 'Você tem bolas?' Eu não sabia o que ele estava perguntando, se ele estava dizendo que 'vou pegar a sua cabeça ou vamos ver se você tem'. Pensei que, se eu dissesse 'sim', ele me bateria. Se eu dissesse 'não', me bateria de qualquer jeito. Então, eu disse 'acho que sim'. Ele apertou minha mão, me disse 'mostre para mim', me abraçou e saiu", relembrou.

Um mês depois, em fevereiro, Pelle voltou a São Paulo novamente com o auxílio de Gianni. Desta vez, para levar, pessoalmente, uma segunda parte de um pagamento aos fornecedores de drogas do Brasil: cerca de US$ 50 mil (R$ 195 mil no câmbio atual) pagos pela carga de cocaína remetida à Europa. A fim de levar os dólares para o Brasil, Pelle foi até um homem na região de Calabria, no sul da Itália, para trocar 40 mil euros pela moeda americana em uma espécie de "casa de câmbio informal" utilizada pelos mafiosos.

Após a investigação, Pelle foi preso no início deste mês, na Itália. Gentile está foragido. Gianni ainda não foi identificado.

Reprodução/OCCRP Reprodução/OCCRP

Outra investigação italiana, recente, desenvolvida pela IRPI, aponta que Nicola Assisi, considerado o principal integrante da máfia 'Ndrangheta e responsável por coordenar uma série de negócios que envolvem o tráfico de drogas internacional do clã, estaria vivendo no Brasil, com um passaporte falso, dizendo ser o argentino Javier Varela, e teria uma empresa em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo). 

Assisi ficou conhecido na Itália sob a alcunha de "O Sobrinho". Há registros de seu envolvimento com o tráfico de drogas na região de Calabria desde 1997. Atualmente, segundo a polícia italiana, Assisi atua como traficante de cocaína para a máfia junto de seu filho, Patrick. A investigação aponta que eles vivem no Brasil e que têm como principal negócio a compra de drogas do PCC e dos cartéis colombianos, sendo uma espécie de "correspondente da máfia na América do Sul".

Em uma interceptação telefônica, Assisi disse a um de seus sócios, que estava em Turin, na Itália: "Estou aqui no Paraguai para os telefonemas e para o trabalho". A suspeita da polícia italiana é de que o traficante viaja constantemente entre os países da América do Sul para negociar compra de cocaína, conversando constantemente com as facções criminosas mais potentes de cada local. 

Três anos atrás, Patrick Assisi registrou em Ferraz de Vasconcelos uma empresa chamada "Poli Pat 9". A polícia italiana acredita que se trata de uma empresa de fachada, que serviria para lavar dinheiro do PCC. Esse foi o último rastro deixado pelo traficante. A reportagem não conseguiu contato com os seus advogados. 

19.abr.2018 - Eduardo Knapp/Folhapress

A PF no Brasil diz ter monitorado relações de facções criminosas brasileiras com máfias da Europa. Em julho deste ano, por exemplo, deflagrou uma operação que apreendeu drogas em portos do país avaliadas em R$ 1 bilhão. Essas quadrilhas estavam mandando droga para a Europa por meio de contêineres.

"Essa organização se utiliza de fato do transporte marítimo, mais especificamente dos contêineres para enviar a droga para a Itália e outros países. O envolvimento das facções em toda a logística de atuação nos portos já está constatada", afirmou ao UOL o desembargador José Laurindo de Souza Netto, que atua no Paraná.

Souza Netto é professor e supervisor pedagógico na Escola da Magistratura do Paraná, mas tem estudos sobre as máfias italianas. Ele fez um curso e estágio de pós-doutorado na Universidade de Roma, em 2004, e foi bolsista do Instituto Italo-Latino-americano. "Através de ações controladas, também já se evidenciou o crime de lavagem de dinheiro por intermédio de empresas 'fakes'", disse o desembargador em entrevista ao UOL.

As atuações da máfia italiana no Brasil são uma evidência. E o que temos presenciado é apenas a ponta do iceberg. A utilização de contêineres é apenas um dos mecanismos que 'dispõem' para fomentar o tráfico internacional de drogas.

Desembargador José Laurindo de Souza Netto

Desembargador José Laurindo de Souza Netto

19.abr.2018 - Eduardo Knapp/Folhapress

Segundo a PF, a rota da cocaína interceptada na operação de julho deste ano tinha como origem Colômbia e Bolívia. A droga chegava por estradas federais até o Rio de Janeiro. De lá, enviavam para a Bélgica, de onde era remetida a outros países da Europa, Ásia e África. De acordo com investigações brasileiras, que estão em andamento, o comprometimento de agentes que atuam dentro dos portos com facções é "evidente". 

Nesta terça-feira (18), a PF deflagrou operação no porto de Santos contra o tráfico internacional de drogas, cumprindo 13 mandados de prisão temporária, e outros 12 de busca e apreensão. Segundo a PF, traficantes articulavam a compra de cocaína a partir da cidade de São Paulo e faziam a remessa da droga à Europa pelo mar. Os investigados presos serão indiciados e responderão pelos crimes de tráfico de drogas e associação internacional para o tráfico de drogas, com penas de 3 a 15 anos de prisão.

O UOL já apontou, em reportagem, que portos marítimos brasileiros se tornaram um ponto de passagem fundamental na rota do tráfico de cocaína entre os países andinos que a produzem e o mercado consumidor na Europa. Só no ano de 2016, a Receita Federal e a Polícia Federal, em operações conjuntas, encontraram e apreenderam 15 toneladas da droga em contêineres. A quantia é nove vezes maior do que o que foi apreendido nos principais aeroportos do país (veja vídeo abaixo).

08.dez.2016 - Franco Lannino/EFE

08.dez.2016 - Franco Lannino/EFE 08.dez.2016 - Franco Lannino/EFE

A investigação da polícia italiana que revelou o elo entre a 'Ndrangheta e traficantes brasileiros durou dois anos e culminou em uma grande operação no início deste mês, que prendeu 90 pessoas suspeitas de ter ligação com a principal máfia italiana em exercício. A apuração policial denominada de "Conexão Europeia da Ndrangheta, na sigla em inglês" apontou como o grupo mafioso importa drogas de todo o mundo. A agência europeia que coordenou a investigação foi a Eurojust, com apoio de forças policiais da Itália, Alemanha, Bélgica e Países Baixos.

As investigações que começaram em cada país de forma independentemente foram fundidas em uma só. Um contrato assinado por cada uma das partes permitiu que a polícia de quatro países diferentes se ajudasse mutuamente, sem ter que apresentar pedidos formais. Isso significava que escutas telefônicas poderiam acontecer sem atrasos burocráticos, a exemplo do que começou a ser implementado este ano no Brasil, com o Susp (Sistema Único de Segurança Pública).

O tráfico de drogas ficou identificado como o principal negócio da máfia italiana e que "representa a mina de ouro que 'Ndrangheta usa para inverter para economia legal, na Itália e no exterior". A investigação apontou, também, que a maior parte da droga movimentada pela máfia italiana que sai da América do Sul chega à Europa pelos portos de Róterdam, na Holanda, e de Antuérpia, na Bélgica, mas há registros de que a cocaína também seja enviada para Portugal e Espanha, além de países do continente africano. 

Policiais federais do Brasil, além de agentes da Abin dizem, sem se identificar, que, para cada droga apreendida nos portos do país, pelo menos, uma remessa vaza. Normalmente, vão escondidas em contêineres, contando com a corrupção de funcionários portuários.

Fonte: UOL

 

Traficante carioca expulso do Paraguai deve chegar ao Brasil neste domingo

vd1812O traficante carioca Carlos Eduardo Sales Cardoso, conhecido como Capilé, preso neste sábado durante uma operação da 39° DP com apoio da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, foi expulso do país vizinho no início da noite deste sábado, de acordo com informações do portal de notícias "G1". Capilé, que comanda o tráfico de drogas na favela de Acari, na Zona Norte do Rio, foi entregue às autoridades brasileiras na aduanda da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e levado para a Delegacia da Polícia Federal, onde aguarda transferência para o Rio de Janeiro ou para um presídio federal. O EXTRA apurou que a chegada do Capilé está prevista para as 20h30 no aeroporto de Jacarepaguá.

Ainda de acordo com o portal de notícias, por questão de segurança, a Polícia Federal não disse quando ele deixará a fronteira e para onde deve ser levado. O EXTRA procurou a Polícia Civil e aguarda retorno. Em nota divulgada neste sábado, a Polícia Civil informou que o criminoso se encontrava "custodiado enquanto se aguarda a execução dos trâmites legais para seu recambiamento ao Rio de Janeiro".

Jóias e dinheiro em casa

O traficante Carlos Eduardo Sales Cardoso, chefe do tráfico de drogas na favela de Acari, na Zona Norte do Rio, foi preso neste sábado na casa onde vivia na cidade de Assunção, no Paraguai. O criminoso, conhecido como Capilé, foi preso em uma operação da 39° DP, com apoio da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai. Em sua casa, o criminoso tinha 118 mil dólares em dinheiro, o equivalente a R$ 460 mil, além de jóias e uma coleção de relógios, de acordo com o "RJTV", da TV Globo.

Carlos Eduardo Sales Cardoso era procurado pela polícia há dez anos. Ele já vivia no Paraguai há três anos. O imóvel em que Capilé morava fica um bairro de classe média alta da capital paraguaia e tinha sistema de segurança, grades e cerca eletrificada.

Informações de inteligência apontam que Capilé saiu de Acari, onde chefiou diretamente o tráfico de drogas, e foi para o Paraguai acompanhar de perto os contratos que faziam com que toneladas de drogas e armas chegassem à favela.

A investigação começou em 2016 e os policias começaram a operação em Assunção há cinco dias. Capilé está sob custódia no Paraguai e deve chegar ao Brasil neste domingo.

Fonte: EXTRA

Traficante carioca é condenado no Paraguai por assassinato de 'Rei da Fronteira'

vd1212O traficante carioca Sérgio Lima dos Santos foi condenado, nesta sexta-feira, no Paraguai, a 35 anos de prisão pelo homicídio de Jorge Rafaat Toumani, conhecido como Rei da Fronteira. Rafaat, que controlava o tráfico de drogas nas cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, na fronteira do Brasil com o Paraguai, foi morto com 16 tiros, em junho de 2016. Na ocasião, o traficante foi vítima de uma emboscada e acabou assassinado com tiros de uma metralhadora calibre .50. Para a Justiça paraguaia, Sérgio, um ex-militar, era o homem que manuseava a arma.

Ele foi preso logo depois o crime, após dar entrada num hospital da região. O julgamento aconteceu na Agrupación Especializada, quartel onde o também brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, matou a jovem Lidia Meza. Na chegada ao quartel, o carioca vestia um colete à prova de balas e um capacete. Santos, entretanto, vai cumprir a pena em outra penitenciária da capital paraguai, o presídio de Tacumbu.

A metralhadora de calibre .50 estava dentro de uma Hilux
A metralhadora de calibre .50 estava dentro de uma Hilux Foto: Reprodução

Para as polícias paraguaia e brasileira, Santos é integrante do Comando Vermelho (CV), maior facção do tráfico do Rio. Antes do crime, ele tinha diversas passagens pela polícia no Rio. Em inquérito de 2009, da 6ª DP (Cidade Nova), Sérgio é apontado como gerente do tráfico na comunidade do Fogueteiro, em Santa Teresa. Ele é investigado por associação para o tráfico de drogas, corrupção ativa e uso de entorpecentes. Sérgio chegou a ser preso no Rio, por roubo, em 1997.

A principal prova que levou à condenação do traficante foi um laudo pericial que comprovou que o DNA de Santos foi encontrado dentro do Hilux usado pelos assassinos. Até hoje, o brasileiro é o único responsabilizado pelo crime. Apesar de o caso não ter sido solucionado pelas autoridades paraguaias, a principal suspeita é que a morte de Rafaat tenha sido posta em prática pelas duas maiores facções brasileiras, o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC), com o objetivo de controlar a fronteira.

Carro onde estava o narcotraficante ficou destruído
Carro onde estava o narcotraficante ficou destruído Foto: Jornal ABC Color

Tiros e perseguição

Rafaat estava dentro de um jipe, quando um grupo de homens fortemente armados se aproximou em dois veículos: uma Toyota Hilux e um Ford 250. Dentro dos veículos, havia um fuzil AK 47 e metralhadoras, uma delas calibre .50, que é antiaérea. Após o crime, oito seguranças que acompanhavam Rafaat foram presos. No entanto, hoje eles respondem em liberdade por posse de armas.

Fonte: extra

Pablo Escobar: veja números e curiosidades do traficante, morto há 25 anos

Traficante foi apontado como mandante de milhares de assassinatos, acumulou riqueza bilionária, além de entregar centenas de casas a moradores de Medellín

vd0612  Toneladas de cocaína exportadas aos Estados Unidos e rios de sangue na Colômbia. Veja a seguir os números das atividades criminosas do chefe do tráfico Pablo Escobar que seguem vigentes 25 anos depois de sua morte.

Não existe um dado oficial dos assassinatos atribuídos ao chefe do Cartel de Medellín, que incluem policiais, jornalistas, juízes e candidatos à presidência.

Seu filho, Sebastián Marroquín, estima em 3.000 os homicídios mandados por seu pai. Fontes policiais citadas pela revista Semana calculam em 5.500. Mas este número pode ser maior.

A prefeitura de Medellín diz que entre 1983 e 1994, durante o auge do Cartel, houve 46.612 mortes violentas fruto do "narcoterrorismo", que inclui pessoas ligadas a Escobar e outras organizações criminosas.

Escobar apareceu durante seis anos consecutivos (1987-1993) na lista dos homens mais ricos do mundo da Forbes.

Em sua primeira aparição, a publicação calculava que seu fluxo de caixa alcançava os três bilhões de dólares da época, e seu patrimônio líquido chegava a mais de dois bilhões. A sua fortuna, então, era equivalente ao PIB anual atual de países como Serra Leoa ou Suriname.

No momento de sua morte, quando as autoridades ofereciam 11 milhões de dólares por sua cabeça, seu patrimônio líquido rondava um bilhão de dólares, entre mansões, obras de arte, um zoológico e automóveis.

Boa parte de sua fortuna foi entregue pelos Escobar aos seus inimigos em troca de suas vidas.

O princípio e o fim do chefe do tráfico - católico e esotérico- esteve marcado pelo mesmo mês: dezembro.

Nasceu em 1º de dezembro de 1949 em Rionegro, próximo a Medellín; morreu em 2 de dezembro de 1993 na capital de Antioquia, e foi sepultado em 3 de dezembro na cidade que converteu em seu espaço de operações, em um enterro que contou com a presença de milhares de seguidores.

Vinte e cinco anos depois, ainda recordam o vaticínio do astrólogo colombiano Mauricio Puerta, que a partir do mapa astral do traficante - sagitariano com ascendente em peixes - assegurou que ele teria uma morte súbita por fatais conjunções dos astros.

Escobar se interessou pela previsão e tentou marcar uma reunião com Puerta, que nunca se concretizou.

O astrólogo interpretou as dificuldades de se encontrarem como "um recurso de proteção dos astros para que nada interferisse em um destino, que já era inexorável", segundo o livro "Pablo Escobar: ascensão e queda do grande traficante de drogas", de Alonso Salazar.

Considerado um dos piores criminosos da História, muitos se perguntam o motivo pelo qual alguns o chamam de "Robin Hood colombiano".

Quando o chefe do tráfico estava tentando entrar na política, no início dos anos 1980, levantava bandeiras sociais, o que impulsionou com a entrega de 443 casas a habitantes de um lixão de Medellín.

A urbanização é conhecida popularmente como bairro Pablo Escobar e atualmente conta com 4.000 residências.

Além disso, inaugurou 100 campos de futebol em bairros mais pobres de Antioquia, de acordo com a obra de Salazar. 

Fonte: G1

Cabeça Branca tinha “mar de terra” para pouso de aviões com cocaína

Quarta fase da Operação Spectrum prendeu hoje dois funcionários do traficante que cuidavam da logística para enviar cocaína pelo Porto de Paranaguá para a Europa

vd2911Delegados da Polícia Federal que investigam a organização criminosa liderada por Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, afirmam que o narcotraficante montou um “mar de terra” no Mato Grosso para pouso dos aviões que trazem cocaína da Bolívia, Peru e Colômbia. Já foram identificadas 16 fazendas que juntam somam 40 mil hectares de terra na imensidão mato-grossense.

Só nesta quinta-feira (22), quando foi deflagrada a Operação Sem Saída, quarta fase da Operação Spectrum – iniciada em 1º de julho de 2017 com a prisão de Cabeça Branca – são 11 mil hectares bloqueados por ordem da Justiça.

Dois funcionários do mega traficante que foi sócio de Jorge Rafaat Toumani e por muitos anos operou na fronteira com Mato Grosso do Sul, foram presos hoje – um em Curitiba (PR) e outro no Mato Grosso.

Em entrevista coletiva na capital paranaense para falar da quarta fase da operação, os delegados da PF Élvis Aparecido Secco e Roberto Biazolli informaram que os dois tinham papel fundamental na quadrilha. Os nomes não foram divulgados pela PF. Outras 14 pessoas foram presas temporariamente.

Os dois subchefes da quadrilha eram responsáveis pela logística para transportar a cocaína das fazendas no Mato Grosso até o Porto de Paranaguá, no Paraná, de onde a droga seguia em containers para a Europa.

A quarta fase da operação tem como objetivo desmantelar o patrimônio financeiro da quadrilha. “Apreensão de droga por si só não causa o impacto que a PF deseja”, afirmou Élvis Secco.

Dois núcleos foram alvos da operação de hoje, um do MT e outro do Paraná. “Todos que tenham ligação com Luiz Carlos da Rocha estão sendo investigados e responsabilizados, por isso o nome da operação sem saída”, disse o delegado.

No shopping – Meses antes da prisão de Cabeça Branca, os dois homens tinham sido gravados por câmeras do Shopping Iguatemi, em São Paulo na companhia do traficante. Inicialmente a PF achou que fossem seguranças dele, mas depois descobriu que eram membros importantes da quadrilha. As camisas usadas por eles no encontro com o chefão foram apreendidas nas buscas de hoje.

“Após a prisão do Luiz Carlos da Rocha descobrimos qual era o papel deles na organização: ajudavam no transporte de cocaína e na lavagem de dinheiro através de empresas e fazendas”, explicou Élvis Secco.

Policial federal em um dos locais onde operação cumpriu mandado hoje (Foto: Divulgação)Policial federal em um dos locais onde operação cumpriu mandado hoje (Foto: Divulgação)

“Comer a cabeça” – O delegado Roberto Baziolli disse que as investigações mostram como Cabeça Branca agia com mão de ferro e através da violência para controlar o milionário esquema para mandar cargas de cocaína para países europeus.

Em áudios descobertos pela PF no celular de Luiz Carlos da Rocha, o traficante manda os dois homens presos hoje resolverem um problema de desvio de carga de cocaína no Porto de Paranaguá e diz que iria “comer a cabeça” do culpado se não recebesse cada centavo que era seu.

Logo após as ameaças a droga apareceu. O traficante preso nesta quinta em Curitiba foi a Paranaguá e alugou um imóvel para guardar o carregamento até ser enviado para a Europa. Ele pagou o aluguel com um cheque sem fundo.

“Esse investigado era o responsável pela logística para transporte da droga em caminhões, das pistas de pouso em fazendas no Mato Grosso, até o porto paranaense”, afirmou o delegado.

Segundo a PF, até agora já foram identificados e sequestrados R$ 500 milhões em patrimônio só no Brasil. Na quarta fase da operação deflagrada hoje foram R$ 100 milhões em patrimônio bloqueados, principalmente em propriedades rurais.

A quadrilha tinha várias formas de enviar cocaína de navio para a Europa. Blocos de concreto e até máquinas agrícolas eram usadas para esconder a droga. Uma máquina dessa foi apreendida recheada de cocaína na Itália.

Cabeça Branca era investigado há pelo menos 30 anos, mas a polícia não tinha conseguido chegar até ele porque, segundo a PF, o traficante operava sem chamar a atenção e sem se envolver diretamente com os carregamentos.

“Você nunca ia prender o Luiz Carlos da Rocha envolvido direto com um carregamento de cocaína. Ele foi preso porque nos dedicamos à lavagem de dinheiro. Tem que seguir o dinheiro. O traficante tem família, tem amigo, e muitas vezes esse amigo tem rede social, coloca fotos, não há segredo”, disse Élvis Secco.

Segundo o delegado, demorou para o bandido ser preso porque o foco da investigação estava equivocado. “Fizemos algo que nunca tinha sido tentado antes, que foi ir atrás do patrimônio”. Luiz Carlos da Rocha está preso no Presídio Federal de Catanduvas, no interior do Paraná.

Fonte: campograndenews

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