Publicado em 17-10-2019
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A sede da 2ª Companhia da Polícia Militar, em São Félix do Araguaia (1.160 km de Cuiabá), foi palco de uma confusão que envolveu violência contra a mulher e até entre policiais na madrugada desta terça-feira (14).
Conforme um boletim de ocorrência registrado na própria 2ª Cia, o comandante do batalhão, capitão Marcelo de Oliveira Conde, 31 anos, teria agredido a esposa dele, de 30 anos, e um soldado da Polícia Militar, de 32 anos, que tentou acalmá-lo e defender a mulher.
Segundo o relato no boletim de ocorrência, a mulher bateu na porta do batalhão por volta de 0h15 e pediu que um soldado pedisse a chave do carro ao marido dela, o capitão Conde, porque ela queria ir embora.
O soldado, então, escutou o capitão chamando a esposa para que fosse até ele e, percebendo que se tratava de uma discussão, chamou seu superior imediato, um cabo, que estava no banheiro no momento.
Quando o cabo abriu a porta, consta no boletim que o capitão já estava exaltado, puxou a esposa pelo braço e ordenou que ela retornasse ao alojamento.
O cabo, então, pediu que o oficial se acalmasse, mas o pedido surtiu efeito contrário, pois o capitão teria dado um soco no peito do colega de farda, que caiu no chão.
Ao ver a cena, a mulher saiu correndo e o capitão começou a procurá-la no batalhão. Testemunhas disseram que ele chegou a sair armado atrás da esposa.
Quando ele saiu do batalhão para procurar a mulher, ela retornou ao batalhão e pediu que os demais policiais a ajudassem e a escondessem. Um deles, então, a escondeu dentro da casa dele, para protegê-la.
Os superiores foram acionados por telefone, até chegar ao tenente-coronel Escolástico, sub-comandante do 10º Batalhão Regional, que orientou a equipe policial a deixar o quartel, devido à gravidade dos fatos.
Os policiais que estavam de plantão aguardaram a chegada do tenente-coronel em frente à casa de um 2º sargento da PM.
A esposa do capitão foi questionada várias vezes se gostaria de registrar um boletim de ocorrência contra o marido, deixando claro que todos estavam à disposição, mas ela se recusou e disse que somente queria deixar a cidade.
Durante o registro da ocorrência pelo sub-comandante do 10º Batalhão Regional, o tenente-coronel Escolástico, a mulher entrou na sede da 2ª Companhia da PM, pegou as chaves do carro dela e deixou o local, não informando para onde iria.
Consta no boletim de ocorrência que nesse momento foi verificado que ela estava com uma lesão no braço esquerdo.
O capitão Conde está na sede da 2ª Cia da PM, em São Félix do Araguaia, sob a tutela do tenente-coronel Escolástico, que está apurando os fatos. O boletim de ocorrência do caso foi registrado como lesão corporal.
A Polícia Militar informou que “o Comando do 10º CR, com sede em Vila Rica, designou um tenente-coronel para apurar in loco a denúncia de suposta violência doméstica que pesa sobre o capitão da unidade de São Felix do Araguaia”.
Informou ainda que o oficial designado encontra-se no município e “já instaurou Inquérito Policial Militar (IPM)” para apurar a denúncia.
“O procedimento está em trâmite e todas as providências estão sendo adotadas no sentido de esclarecer os fatos”, informou a assessoria da PM.
Fonte: olivre.com.br